Tudo é possível até que alguém prove ao contrario.
A depender da perspectiva, sim é possível que seja possível andar na direção contraria. Ainda desconheço a possibilidade de voltar no tempo, reviver, ou algo do tipo, ainda que pense que não é desejável por ninguém o andar pra traz, pode ser que seja possível.
“Um passo pra traz para dar dois a frente.”
E se a pergunta fosse é possível involuir? Ainda assim minha mente parece deixar aberta a perspectiva da possibilidade. Involuir não deve ser desejado por ninguém, mas e se o involuir fosse um caminho para reduzir distrações, simplificando o ser e o fazer?
O que seria esse involuir? Será que conseguimos ir no sentido contrário a evolução?
Confesso que minha cabeça chega ao ponto de dar um nó. Se volta e meia me pego na certeza que estamos aqui juntos para evoluir e crescer, e ao mesmo tempo descrevo quase que a totalidade das coisas em polaridades opostas, tudo que evolui acaba por involuir em algum sentido. Quando deixamos algo de lado, o fechar ou descartar pode se traduzir numa involução que da espaço a outras evoluções.
Mas o que seria involuir? Sobre quais parâmetros? Sobre quais referências?
Me pego olhando para o meu processo, por vários ângulos acabei involuindo ou andando pra traz. Será? Deixei de liderar, me abstive de empreender, reduzi meu exercício de facilitar, parei de sonhar, quase não interagi, abandonei e encerrei projetos, não iniciei outros. Me fechei, me isolei e talvez tenha restringido ou boicotado a mim mesmo. Será que isso tudo é involução? Andar pra traz? Ou é só um tempo de análise? Financeiramente reduzi ganhos, profissionalmente reduzi poder ou padrão de cargo, com relação ao tempo ele ficou mais escasso, reduzi assim também minha percepção de liberdade. São meros referenciais padrões ao longo do tempo. Reduzi minhas reservas e mesmo que tudo isso em nada tenha causa na pandemia, foram movimentos em mim e através de mim, que baseados em alguns referências aos olhos de outros ou de mim mesmo possam parecer um retrocesso, ou um andar pra traz. Me pergunto seguidamente, será? É isso mesmo? Ou existem em paralelo perspectivas que avançaram?
Será que é possível andar pra traz? Poder observar esses meros retrocessos referenciais, me permitem ver o que evoluiu em paralelo, a resiliência, a abertura, a paciência, o aprender a dar tempo, o se reinventar, a aceitação, a responsabilização de si próprio pelas próprias escolhas. Afinal nada desse retrocesso percebido se deve a outros ou ao meio, se não a mim mesmo.
Mas será mesmo que é um retrocesso? Sobre qual perspectiva?
Reflito algumas linhas em silêncio, para perceber que é preciso observar o andar pra traz, pra saber que se andou pra frente. é como se fincar um novo referencial causasse uma impressão de retrocesso inicial para posterior avanço. Essa bandeira de referencia, é posta em algum momento, por algo, ou acontecimento, é essa referencia que permite dizer se estamos andando em circulo como a grande maioria, ou se estamos efetivamente descobrindo novos caminhos, nem que pra isso, baseado em algum marco, precisemos andar pra traz, rever, refletir, referenciar e reconhecer novas possibilidades, novos parâmetros, para dar continuidade aos passos em frente, utilizando tudo para crescer, aprender e avançar.
Quando dar o salto?
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