Encontrar…
Para encontrar precisamos buscar, ou estarmos abertos a esse encontro correto?
Lembro que por meados de 2006 em uma sessão de terapia, me foi contado um sonho, ou uma história, e compartilho diretamente contigo para poder experimentarmos juntos.
Imagine que você entra em um bar, se senta próximo ao balcão, e em seguida se aproxima alguém familiar, uma conversa se inicia, e essa pessoa que chega te diz que é você, só que é o você que escolheu um caminho diferente, que curso algo diferente, ou que escolheu não fazer aquela viajem maluca.
A medida que o tempo passa outras pessoas começam a chegar a esse bar, uma série de vocês, cada uma tomou um caminho diferente em algum momento da sua vida, viveu outra história e isso desencadeou numa série de outras experiências.
Nessa história vc se assusta, sai rapidamente no bar, mas antes da porta de saída tem um espelho enorme. Você para, olha, faz alguns movimentos e fica paralizado, entra em transe, meditação talvez, fecha os olhos e começa a se recordar de todas as escolhas que fez, todos os caminhos que escolheu seguir, percorre as adversidades, as dificuldades, as alegrias, aprendizados, vitórias e derrotas.
Nesse instante passa um filme, de uma experiência única que só pode ser contada por você, ninguém mais possui todos os detalhes, os prazeres e desprazeres, só os teus 5 sentidos foram capazes de captar essas informações, cheiros, gostos, imagens, sons e calafrios.
Pois é, todas as noites sonhamos e temos a oportunidade de encontrar este espelho, revisitar as experiências, as boa e as ruins. Afinal as ruins nos oportunizaram escolher diferente nos momentos que se seguiram, e as boas nos deram novas referências.
As vezes este espelho nós mete medo, outras vezes nostalgia. Ele está sempre lá no nosso inconsciente nos servindo de recursos para nos mantermos em movimento, aprendendo e experimentando nos caminhos que escolheremos seguir.
Demorei muito pra me perceber neste espelho, olhar com outra perspectiva para minhas imperfeições, histórias e experiências. Só consegui olhar de fato quando outras pessoas passaram a dar voz a estas histórias para me relembrar, foi como se o espelho tomasse forma, vida, e através das pessoas que conviveram comigo me mandassem sinais pra me relembrar.
A história deste eu só pode ser contada agora, e não é bom se apegar, nem tampouco esquecer, essa história e todos estes sentires fazem com que seja possível lembrar o resultado que estamos sendo agora, os parâmetros complexos que nos ajudam a escolher aqui e agora quem de verdade continuaremos sendo, interagindo aqui e ali com o mundo e os outros, que nos servem de apoio e memória para saber onde buscar quando precisarmos nos olhar novamente no espelho.
O que carregamos dos nossos pais?
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