Conviver com algo que é meu perante o outro, afinal os papeis não são para mim, são para o outro.
Penso um pouco e tento ver as possibilidades de reduzir o número de papéis ou percebê-los de forma diferente.
O que me vem mais simples como reflexão é estar atento ao agora apenas sendo.
Ainda assim tem a pressão do TER QUE DAR CONTA. O que esperam de mim? Consigo? Sim ou não. Já me dividi em inúmeros papeis e escrevi sobre isso, o Rafa família, inspirador, líder, funcionário, responsável, e tantos outros. Acabei aprendendo que só existia um Rafa, e as expressões eram únicas, só se ajustavam ao contexto presente da minha perspectiva. Independente de todas expectativas depositadas sobre mim nos tantos papeis vistos externamente o que importava e importa é como eu percebo estas necessidades internas e externas.
Por exemplo, hoje é um domingo, naturalmente para mim é um dia mais lento, durmo mais, relaxo mais, fico mais desconectado do futuro e passado. Talvez seja um dos dias da semana em que consigo estar mais presente, gosto de estar com minha família e me sinto bem com isso. Mas, sempre tem um mas, em algum lugar da minha mente estou preocupado com a segunda feira, com o que há de vir.
Esta preocupação é um convívio do papel do trabalho que realizo nos dias de semana, e que agora invade o papel família de domingo. Posso simplesmente focar no agora e abandonar a segunda feira, mas ao fazer isso percebo que tenho que fazer algo hoje para a semana começar bem. Esta escolha acaba não sendo sobre os papéis, mas sobre o que para mim importa agora. É importante para mim que agora eu deixe um pouco de lado a família e foque em algo que vai agregar valor a minha semana, e que faz com que eu me sinta bem.
Exercitando a perspectiva do agora, acabo percebendo que todos os pensamentos de quem tenho que ser, ou o que esperam que eu faça, acabam sumindo quando escolho, quem escolhe? Eu e agora. Neste exato instante da escolha, inexistem papel, é apenas a minha essência, e o meu ser se manifestando no que é importante para mim agora.
Talvez não seja necessário conviver com tantos papeis, apenas assumir que os papéis são reflexos de como imaginamos que os outros nos veem ou esperam de nós, é como se fossem a primeira pagina que se apresenta quando os outros nos veem, e tão somente isso. Que se o olhar é para o convívio, é mais importante eu fazer perguntas a respeito do conviver com meus próprios pensamentos.
Como conviver com minhas dúvidas?
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