A critica sempre vem mais fácil que o elogio, não fui treinado para elogiar, o treinamento focava sempre naquilo que eu podia melhorar, ao invés de manter e cultivar aquilo que eu fazia de melhor, será que foi só comigo?
É como se tivéssemos lentes, preparadas para olhar os pontos a melhorar, se vou dar um feedback para alguém, foco naquilo que pode melhorar, e muitas vezes aquilo que já é extraordinário, mesmo que simples, passa desapercebido.
Essa sensibilidade de estar elogiando e buscando o melhor em tudo tem lá seus problemas. Afinal imagine alguém que olha para tudo no positivo, que tudo está ótimo, se fosse assim jamais estaríamos evoluindo, dificilmente teríamos descoberto novas formas, meios e ferramentas para lidar com as adversidades.
Como tudo existe um equilibrio, começar elogiando, começar exaltando o que há de melhor no outro, ou na atitude do outro, e aos poucos trazer também o olhar da necessidade, daquilo que me faria sentir ainda melhor se pudesse ser cuidado, pode manter o elogio sensível e como meio de conexão, meio de aproximação nas relações.
A pergunta me pareceu doce ao dizer que para elogiar é preciso estar sensível, palavra que me transmite o significado de se permitir sentir. Estar sensível, me remete a estar pronto e aberto para sentir o outro, presente e disponível a se conectar pelo sentimento. Com essas lentes, talvez o elogio seja natural e simples, que passe desapercebido pela leveza com que emerge.
Me custam ainda a suavidade dos elogios, é um aprendizado, um novo olhar. Acabo elogiando quando as situações são estupendas, e perco as infinitas pequenas possibilidades de entregar um elogio para alguém, afinal, talvez na construção deste habito simples, um elogio e um feedback positivo possam ser uma simples mas eterna entrega de valor.
Em que situações do dia podíamos começar com um elogio?
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