Tenho me questionado formas de me manter próximo, ativo e disponível na transformação das organizações, sem necessariamente estar dentro. Da mesma forma me questiono os valores que posso entregar a curto prazo, já que o tipo do trabalho que vinha fazendo gera reflexo normalmente a prazos mais longos.
Não é muito sobre o que faço, ou as habilidades que tenho, mas sim como elas se encaixam nas necessidades atuais das organizações. Parar para perceber essas necessidades mais latentes, as dores mais imediatas e ver como elas se conectam comigo, me permite ver O QUE JÁ POSSO FAZER COM O QUE JÁ TENHO DISPONÍVEL.
De alguma forma, o trabalhar por 10 anos em obras de alta complexidade, permitiram que eu desenvolvesse habilidades de liderança em meio a este contexto, com um olhar muito apropriado em múltiplos cenários e modos de tomada de decisão rápida, testando e corrigindo, caso o efeito fosse distante do desejado.
Em obras de infraestrutura, tudo muda o tempo todo, as variáveis que impedem o andamento de um projeto são das mais diversas possíveis, incluindo burocracias, quebras, faltas, logística, clima, pessoas e situações diversas com todos da politica de entorno, desde energia, agua, tipo de solo, parte técnica e por ai vai.
Como as variáveis são em quantidade e se alteram o tempo todo, de alguma forma aprendi a captar cenários tanto otimistas quanto pessimistas com maior destreza, com o tempo percebi que meus planejamentos tinham prazos de validade muito curtos, normalmente 15 dias, um versionamento a cada 15 dias, quando não mais de um. Hoje percebo que o que eu fazia somente em obras de infraestrutura, virou rotina no campo de todas as organizações, as variáveis de mercado aumentaram, a velocidade das mudanças também e a imprevisibilidade aumentou transitando do otimismo ao pessimismo em curtos espaços de tempo.
Chamo essa rapidez, e numero excessivo de variáveis de complexidade. Como liderar na complexidade? Tomando decisões, testando e validando e distribuindo a decisão ao longo dos times, criando meios mais fluidos de perceber e decidir, buscando o melhor caminho.
Lendo assim parece um estalar de dedos, fácil, simples, mas como comunicar para que todos saibam, como decidir individualmente a partir de um contexto coletivo, como desenvolver novos líderes nestes cenários, como olhar para a necessidade mais latente e resolve-la ou pelo menos movimenta-la.
Talvez este olhar da liderança na era complexa, do simplificar do novo líder, de como cultivar as pessoas e também por que não modificar o ambiente para que essa liderança possa desenvolver. De nada adianta prepararmos líderes com um novo Mindset se o ambiente não estiver aberto e disponível para recebe-los.
É uma via de mão dupla, o meio e o participe, o líder, os liderados e o contexto onde estão inseridos. Equipes e suas atividades, e num certo nível processos, ferramentas e metodologias que apoiem esse novo modelo de liderança.
Talvez com esse olhar eu consiga entregar mais valor para as organizações, medindo a potência de cada individuo, no que faz, gerando GANHA X GANHA a todos os níveis organizacionais.
Como liderar na complexidade?
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