Para sair é preciso entrar…
Quando entrei em inércia? Qual foi o momento exato? Qual foi o limiar que ultrapassou o estado de movimento para o estado de paralisia? Inércia em que contexto? Inércia em relação à que? Parado em relação a que? Qual julgamento está por traz desse sentimento de paralisia? Qual culpa esta me deixando ansioso para querer sair de um estado para outro? A palavra sair quer dizer fugir, soltar, escapar ou explodir? Por quais outras palavras posso buscar sentido em me por em movimento? Ou melhor. Qual a forma mais simples de me perceber em movimento?
Acabo o paragrafo concomitante com o silêncio entre uma música e outra.
Assim como a pausa do silêncio, a pausa da música, ou a simples pausa da observação.
Existe uma fração de tempo eminente a transição de estado a que se refere esta inércia. Que momento é esse?
O que acontece no momento presente, a fagulha substancial para iniciar o movimento de algo?
São muitas perguntas entrelaçadas. Confesso que tenho me julgado bastante pelo meu estado inercial, se é que posso chamar assim. Um estado inercial comparado a mim mesmo, um sentimento de pouca evolução, de reclusa, de paralisia em mim no estado atual. Não que eu não esteja em movimento, ou não esteja à fazer algo. É um perceber de um fazer sem evoluir, um estado confortável paradoxalmente desconfortável.
É um sentir que algo precisa ser feito. Mas sem saber o que é ou quando. É um desconforto como se algum músculo estivesse fora do lugar, mas por mais que eu mude a posição a dor continua. É um esperar que algo se transforme, que algo chega, mas que ansiosamente não chega.
É um querer ser visto, observado, por alguém que possa enxergar esse o que é? O que deve ser feito?
Tudo isso, para perceber que se é impossível sair de uma inércia em qual não se sabe em relação a que.
De fato que meu corpo não está em movimento, não o exercito, será isso? Ou será alguma resposta no vazio? Ou movimento específico? O fato é que para sari de qualquer inércia é imprescindível descobrir qual foi o fator paralisante ou o bloqueio que se sente.
A partir daí, o primeiro movimento, o de arranque por si só basta e a partir daí um movimento contínuo de perceber-se em movimento, uma e outra vez, sem deixar de esquecer o referencial, por mais que no tempo seja fácil de perde-lo. É possível que ao busca-lo, o simples ato de querer sair da inércia leve ao fato de se perceber em perpétuo movimento.
Como pensar a longo prazo?
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