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  • Foto do escritorRafael Urquhart

De que forma observar o pensamento não linear? (26/ago)

Na linearidade, eu troco sempre diretamente, eu te compro e tu me vende. Uma relação, uma interação, e uma troca que deveria ser equilibrada, mas normalmente não é. Esse é o padrão e minha cabeça tem operado assim. Tanto que quando faço algo para alguém, contabilizo este fazer numa conta de ingresso zero, como doação.

Tem muita gente fazendo voluntariado, e tratando da mesma forma, que faço de graça, faço pela recompensa do bem estar, do sentimento que me causa, e pelo bem do outro.

O voluntariado e terceiro setor são uma forma de pensamento não linear, faz-se pelo outro onde talvez poderia ser fazer para o outro mesmo, pra colocá-lo em movimento.

Por que a diferença do “pelo” e do “para”, posso estar fazendo no lugar de outra pessoa, ou apoiando ela pra que depois ela faça o que ela faz melhor, e as duas coisas coexistem. Em ambas o foco esta no outro, só a intenção muda, numa ela é finita, linear, acaba ali, e na outra é esperado que algo entre em movimento, e que sem cobrança, crie-se a porta ou caminho de retorno futuro através de outro.

Quando uma pessoa ajuda muito as outras, no sentimos confortáveis em ajuda-la, correto? Da mesma forma o contrario, quando alguém é egoista, e só pensa em si mesmo, não nos sentimos bem ajudando-a.

Inconscientemente precisamos dessa relação linear. Tenho feito uma troca recente, um serviço que acesso a mais tempo criando um certo débito, onde de alguma forma me sinto no dever de diretamente saldar esse débito através de trabalhos ou apoios. Como a relação é direta e linear, me sinto em divida, por ter recebido mais que doei, ja que medimos tempo e valor por tempo. Quando vou retribuir, em algum momento minha intenção deixa de ser ajudar o outro, e passa a ser saldar a divida com o outro. São duas intenções com energias diferentes, de modelos diferentes.

Quando me preocupo em saldar uma divida com alguém estou preocupado com o preço, a quantidade, a medida, e uma única interação. Quando me preocupo em ajudar ou outro, estou preocupado com os reflexos que isso pode ter. As consequências que isso pode gerar. Que talvez eu não tenha como medir.

Um exemplo prático, por eu acessar este serviço, e falar bem dele em diversos locais, outras pessoas acessaram, retribuindo com o que financeiramente neste momento eu não pude retribuir. Se nao existisse o meu acesso, estas outras pessoas não teriam a referencia para acessar o mesmo serviço, e outras interações não seriam possíveis. Não falei bem do serviço porque me sentia em divida, quando falei e indiquei a outras, o fiz para ajudar a pessoa, e isso é reflexo de um pensamento não linear.

Esta tudo bem nessa relação, mas em virtude da forma que vemos e olhamos para os pontos, podemos através dos nossos vícios e da nossa programação, estar agindo e se culpando de forma linear, ao invés de pensar de outra forma ainda a ser aprendida.

Faltam ferramentas, faltam modelos, faltam talvez conceitos pra dar visibilidade e conforto nessa outra forma de operar, sobram tempo, empatia e habilidades para que isso aconteça mais vezes.

O tempo de fluir e perceber, e o tempo de focar, como objetivar sem deixar de subjetivar?


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