É, demorou pra sextar, parece que foram mais de 10 dias, 14 anos e 14 dias do dia 23/08, mas ainda não sextou.
Acho que a pergunta deixou aberto, sobre o aspecto de quando começou.
Minha filha faz 14, quando eu fiz essa idade, o que estava acontecendo? Eu lembro dessa etapa da minha vida?
Acho que busco na sensação, a ideia de poder ver o mundo pela mesma perspectiva que ela vê hoje, quais os desafios do meu mundo em 1996, pós olimpiadas nos Eua eu acho, terminando o primeiro grau, me preparando para um mundo novo, nova escola, novos amigos.
Um mundo ainda desconhecido, uma curiosidade imensa pela informática, pelo o que os sistemas, softwares e soluções podem melhorar minha vida. Sinto sensação de dever cumprido, de que aquilo que queria realizar estava realizado. Para pra pensar que pouco antes de completar esses 14, eu sofri os primeiros sustos de uma vida adolescente, vontades, sabores, curiosidades, invejas de histórias que não vivi.
Paro pra pensar, que vem na minha memórias, sons, cores, raios de sol por uma janela da escola. Aquela sensação perto do recreio ou da hora de ir embora. Aquele limite de tempo que não passa naquele espaço barulhento e divertido que é a vida de alguém de 14 anos.
Tento lembrar de quem eu era, do que eu queria, o que conseguia fazer, o que não coneguia. Dos sustos, dos medos, de alguns traumas, mas também de olhares, de curiosisdades e descobertas.
Foi um ano de mudanças, uma das maiores mudanças baseadas em um objetivo, mudar de escola, traçar o primeiro objetivo de longo prazo, se formar técnico, novos amigos, novos lugares, novas turmas, tudo novo.,
É, a vantagem de nascer em dezembro é que os ciclos de idade combinam com os ciclos escolares, de vida, e de fases.
Fazer 14, foi entrar pro segundo grau, para os ultimos 3 anos da escola. E ai pai de menina de 14 de hoje? O tempo de escola pra ela aumentou? Ainda tem 4 anos e meio. Um pouco pelo mês, um pouco pelo tempo de escola, mas aumentou. O que será que um jovem de hoje se preocupa. Como me vêm? O quão importante sou? Como posso ser visto? Me veem?
É, acho que talvez esse final de setenio da minha filha, me faça perceber ou refletir como foi o final do meu segundo setenio, se somos humanos e temos maturidades parecidas, minhas celulas, meus tempos, meus sentimentos estivessem mais ou pouco maduros que os dela, mas em mesma sintonia de perceber como era bom não saber tanto.
Como é boa a curiosidade de um mundo novo, de uma mudança grande, de uma transformação. Humm, transformação. Um setenio pra mim nos meus 41 para 42, percorrendo o final do meu quinto setenio de vida, volto ao inicio do terceiro, pra lembrar o quanto olhar era importante, ver longe e ser visto, saber que temos atenção, nos sentirmos importantes, pertencentes ou parte, sentimento bom quando se descobre que fazemos parte de algo maior, nosso mundo isolado se fecha, se cuida, se preserva, e nosso mundo externo se abre, se diverte, troca, se aproxima, se fere, se alegra, mas participa do contato com o outro.
O limiar da relação de mim comigo mesmo, no limiar da relação do contato mais proximo com o outro. Os coletivos que se governam, as turmas que se formam, as amizades que duram a vida.
Bah, os meus amigos de 14 anos, a turma da escola, alguns mais distantes da turma da infancia. Com quem eu andava com 14 anos. Quais os desafios.
De fato lembra de começar a dar banda, ou sair pra dar uma volta, conversar, encontrar, se juntar, se misturar.
Fase boa né.
É minha filha, a vida coletiva ta começando, ou já começou. O entrosamento do eu com o mundo pode ser doloroso, mas tu vai ter a tua experiencia, desejo foco nas coisas boas, aceitação e cuidado nas coisas ruins, distração, leveza pras coisas inaceitaveis, imprudentes e perigosas de ser adolescente como atenção, amor, leveza e sabedoria pra saber diferenciar experiencia de vida e risco de vida. Que não me tome mais queda de cabelos enquanto pai, mas que eu possa estar presente, amigo, próximo e disponível, pra te ajudar a interpretar, discernir e fazer boas escolhas pra ti.
Que no medo eu seja teu colo enquanto possivel, mesmo que sejam perguntas dificeis.
É demorei pra escrever esse texto por que é dificil ja me perceber pai de alguem que logo logo vai ser adulta. Isso é diferente, mas estou aprendendo. Afinal é olhando pra mim enquanto alguém da tua idade, é que talvez eu possa me perceber e sentir o que é ter uma filha de 14 anos.
Daime paz, senhor.
Rsrsrs.
Faz parte, não poderia refletir sem rir. E acho que esse é o espirito de alguém que se percebe pai de alguém de 14 anos.
E ai rafa, o que vem pela frente?
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