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  • Foto do escritorRafael Urquhart

E se o objetivo não fosse acumular, como seria?

Quem define o objetivo? Quem escolhe acumular? Acumular para que?

De fato a pergunta me tirou do ponto, não por que eu não tenha pensado no senhorio de como seria não acumular, mas por que me pego num ponto bem desgostoso me perguntando…

Quando e por que começamos a acumular?

Do pouco que sei, isso começou no momento em que deixamos de ser nômades, e escolhemos como humanos um local fixo para estar, partindo para a agricultura, experimentando o estoque das safras e o seu acumulo a partir dai.

Não sei precisar o ano, mas com certeza mais de 6 mil anos. A partir de então surgiram todos os aparatos e ferramentas possíveis, delimitamos territórios, definimos titulo de propriedade, assim como o título monetário (dinheiro) e tantos outros meios que carregam e transportam valor em si de um canto a outro.

O mundo digital chegou no seu máximo, estamos invadindo o pós-digital. O blockchain nos mostrou que pequenos kb nutridos de uma rede de apoio e confiança são capazes de transportar valor de um lado ao outro do mundo sem que se quer origem e destino se conheçam.

Com todo este contexto reforço a pergunta. Como seria não acumular?

Pago previdência, que de alguma forma é um acumulo para desfrutar na aposentadoria (tenho duvidas por que a previdência publica já não se paga hoje, quem dirá daqui a 30 anos). Acumulo, objetivo casa, propriedades, negócios e qualquer coisa que trabalhe para mim, gerando valor perpetuamente.

Não por nada os mais ricos continuam mais ricos e os mais pobres mais pobres. Afinal acumular é o foco, ter mais é sinal de fartura (a palavra me conecta a farta de falta, e não de excesso) ou ainda o quando acumulamos é um indicador de sucesso. Afinal desse acumulo é que saem os rendimentos futuros.

“Acumulo para não precisar mais trabalhar”

“Acumulo para ter tranquilidade”

Eu já falei essas duas sentenças, mas de verdade o pouco que consegui acumular acabou sendo utilizado recentemente. Não tenho mais nada acumulado, no âmbito de propriedades e dinheiro, por que se inverter o olhar e olhar para o conhecimento, bom tenho-o acumulado cada vez mais, deixando de utilizar e aplicar boa parte dele, o que também me pões em posição de acumulador. Aprender para que?

Como seria então?

Tenho estudado, refletido, pensado e imaginado cenários onde o foco é circular e não acumular. Talvez ainda mais simples, o foco é ficar o mínimo possível com o recurso na mão, utilizar e passar para o próximo reconhecendo outra troca. Aumentar o número de trocas, incrementar a interação, acelerar o fluxo.

isso em um primeiro olhar acabaria com o imóvel, afinal tudo seria fluxo, mas de quem seria o imóvel? a propriedade? de muitos. Ele seria um ativo como dinheiro, que circula pra lá e pra cá. Vou no mercado e ao invés de dinheiro posso pagar com m2 de um apartamento, ou com kwh de uma planta solar, ou ainda com horas trabalho, sim pago mercado com 1 hora trabalho minha.

Tá, o Rafa pirou de vez. Como assim toda propriedade passa a ser liquida? Sim não poderia descrever melhor. Toda propriedade ganha liquidez em si através de tokenização. Esqueça papeis, títulos, assinaturas, tokens reconhecidos pela rede. Ta mas ainda assim daria pra acumular? Em partes sim, é só ficar parado sem consumir e também sem trabalhar ou trocar.

Ta Rafa mas e quando o cara ficar doente, ou quando não conseguir mais falar, andar, fazer qualquer coisa, como vamos continuar trocando? Através do nosso sistema de apoio ainda ativo. Oi? Sim das pessoas que trocaram contigo, quando o sistema não é cumulativo, se você não consegue gastar tudo que gera, você pode reconhecer outros, apoiando sistemas, que no futuro podem ou não apoiar você.

Ficou confuso né? Ta bom.

Imagine que eu consigo através do meu tralho gerar 2000 Y, sendo Y qualquer coisa, mas minha vida custa 1500Y. Num mundo acumulativo eu guardaria os 500 para usar no futuro, ou somar para adquirir algo muito maior, ou talvez que eu nem precise de verdade. Quando o foco não é acumular, fica mais fácil eu investir os 500 em outra pessoa, reconhecer coisas mais simples do dia a dia que não estão a venda. Talvez ajudar alguém que esta pedindo, não sei ao certo. Mas com certeza o que sobra num sistema falta em outro lugar. Poderia ainda ajudar alguém que não pode mais gerar recursos para si, tudo conectado, visível, transparente. Todo mundo vai saber o que você fez, na economia não deve existir anonimato. Tudo aberto sabido por todos.

Se a natural coerência emergir, teremos um sistema que se equilibra em algum momento. E mesmo que não se equilibre os pedidos e interações são livres para descobrirmos outras formas.

Mas como isso funcionaria?

Transparência, confiança, simplicidade, conexão e fundamentalmente reconhecimento e reputação unidos em um só.

Esse sistema já foi pensado, para homecoin (imóveis), daí para a ecoopower (energia), depois para o pila (trabalho social) e flui a um desenho elegante para a simplify (reconhecimento). Desses experimentos, trocas, conceitos e protótipos estou desenhando o Simpa. Um ativo digital, baseado em colaboração trocas e reconhecimento, evoluído a partir do histórico de trocas da Simplify durante sua existência.

Ficou curioso? Me chama que o projeto esta nascendo e logo vai para o mundo.

Por que fazemos registros?

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