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Foto do escritorRafael Urquhart

Escrever pode ser uma forma de celebração ou reconhecimento?

Escrever acaba sendo uma recordação temporal, um ato de consolidar aquilo que se esta pensando, contando, sentindo ou analisando. Depois de escrito não pode ser alterado, talvez o contexto em que se lê e quem lê possa trazer outras perspectivas, mas para mim fica como uma marca no tempo, não que o que seja escrito não possa ser repensado depois, afinal eu já escrevi inúmeras vezes mudando ou evoluindo a respeito do que pensava, muitas vezes a respeito da mesma pergunta, afinal as perguntas ficam as respostas vão mudando ao longo do tempo.

Se celebro ao escrever? Sim, a cada final de texto sinto como se tivesse deixado algo de mim nas paginas brancas, como se pensamentos tivessem sido transformados em algo material e acessível a outros, o reconhecimento fica marcado por que ao escrever, reler, acabo conhecendo mais de uma vez, acabo reconhecendo o que já conhecia e praticamente todas as vezes chegando a novos resultados, aprendizados e por que não conhecimento, afinal estou praticando sobre as informações que tenho neste instante.

Hoje passei o dia com a Caroline aqui em Guarapuava, fiquei no lugar de observador, vendo ela correr, brincar, sorrir, interagir, e instiguei que ela escrevesse algo, ela está na fase curiosa da alfabetização, sabendo ler e escrever mas ainda na fase de praticar bastante. Me peguei pensando como será quando minha filha começar a ler o que já escrevi? ou, ao ler o que escrevi hoje, como ela vai interpretar? e em que contexto este texto vai significar? Celebro que será possível tirar novas conclusões, talvez ela se inspire, e fique instigada a ter as suas respostas as perguntas que venho fazendo. Seriam novas e novas celebrações.

Celebro o tempo do hoje, e do amanhã, motivado a continuar escrevendo, reconhecendo a cada dia novos aprendizados.

O que acontece quando escuto ou falo a frase “eu já sei”?

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