Não me expresso, falo pouco, penso muito e em algum lugar me paraliso.
Por um tempo acreditei que não era criativo. Que a criatividade era uma habilidade de poucos, principalmente aqueles ligados aos desenhos, as artes, as imagens e a música. Acreditei por um tempo que a criatividade estava fora, precisava ser praticada e aprendida.
Em 2016 na Espanha, uma das tantas disciplinas que tive no Impact, era para despertar o criativo interno presente em todos nós. É como se com o tempo minhas expressões criativas tivessem sido adormecidas. Ela estava lá mas precisava ser sentida e ter espaços para vazão para expressão.
Aos poucos fui me descobrindo criativo, não melhorei muito minhas habilidades com desenho, mas sim explorei habilidades criativas em outros campos, como modelos de processos, organizações, interações e principalmente na simplicidade. O simples é combustível da criatividade, simplificar nos da tempo para criar. E quem cria, seja o que crie por si só é criativo.
Tenho minhas habilidades analíticas bem evoluídas, o que não é ruim, mas faz com que eu dedique muito tempo a analise antes da ação, um fator contrario ao que descobri sobre ser criativo. A criatividade desperta na ação, as duas andam juntas, quando faço acabo criando. Se tenho muitas ferramentas crio novas formas de fazer o que precisa ser feito, se tenho poucas ferramentas crio novas formas de utilizar as que já tenho ou crio ainda novas ferramentas e formas de fazer.
O fato de se sentir ou não criativo está ligado (para mim) a percepção de não estar agindo, criando nada novo. É como se o fato de não me perceber criativo me imobilizasse a ponto de não me sentir útil.
É em parte doloroso e paralisante, ao mesmo tempo que me dar a oportunidade de perceber o que acontece, pode ajudar a outros que estão paralisados. Invente algo, pegue uma madeira, um alicate, um pedaço de arame, da pra fazer muita coisa com isso. Pegue um papel e escreva, ache algo simples, próximo, com o que você já teu e exerça a sua criatividade. Ela está escondida em algum lugar, muito provavelmente nas coisas que você mais gosta de fazer.
Sábado exerci minha criatividade, com alguns parafusos, madeiras e na verdadeira gambiarra resolvi um problema na minha casa, não sei quanto tempo vai durar, mas foi um ótimo protótipo, talvez o próximo fique mais bonito, o que importa é que o primeiro teve boas doses de criatividade, feio ainda, mas funcional, quem sabe no próximo consigo trazer mais cores.
Qual o tamanho de uma descoberta?
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