O que sinto?
Talvez um sentimento de maturidade ou um sentimento de leveza misturados é claro com doses de frustração afinal era uma falsa necessidade busca em vão.
Engraçado como perguntar sentimentos abre novas possibilidades. Quantas coisas eu já batalhei, busquei, fui atras, e depois vi que não serviam mais, ou realmente a necessidade era pífia.
A medida que vamos envelhecendo as prioridades vão mudando, o que era importante antes, deixa de ser, o fo muda de direção, e sim algumas coisas que procuramos muito já não fazem mais sentido.
Essa pergunta veio da percepção de encontrar uma ferramenta, um nível, pra instalar um quadro. Procurei a casa toda, com a mudança e a utilização algumas vezes da mesma a perdi. É um nível simples, minúsculo, mas já ajudou bastante. Depois de gastar algum tempo encontrei outras formas, quando mudei o foco efetivamente pra instalar o quadro, todo o tempo gasto em procurar o nível tinha sido em vão, pois existiam outras formas que eu não tinha percebido, e o nível em si já não era necessário.
Uso dessa história pra perceber outras coisas que procurei muito, essa semana voltei a olhar meus planejamentos pessoais antigos, revistei algumas metas, alguns aprendizados que buscava e queria muito, algumas coisas materiais que perseguia e hoje não fazem o menor sentido, e de verdade olhando pra traz sinto que não precisava delas lá no passado também.
Começo a olhar em volta, em tudo que eu já busquei e não alcancei, e vejo que talvez realmente eu não precisasse. Que outras experiencias, outras formas se apresentaram tornando a experiencia melhor que a idealizada.
Já escrevi muito sobre idealização, sobre desejos, sobre querer e sobre ter que. Ja refleti muito sobre o ter e sobre o ser, já senti muito. E mesmo com tantas reflexões olho para essa pergunta e parece que é a primeira vez que falo das buscas não alcançadas e que perderam sentido em si mesmas. Talvez no passado meu sentimento mais forte fosse raiva, em alguns minutos me desconcentrei na busca do nível (pobre da SU, minha esposa que tentou me ajudar a encontrar), e sim o sentimento de frustração de alguém que perdeu algo bateu, podia ter desistido, mas voltei o foco para o que importava, o quadro e segui em frente. Com a tarefa completa vi que tinha me perdido na busca vazia, e perdido o foco essencial por um tempo que no fim foi desnecessário.
Paro e penso se foi necessário mesmo, talvez os segundos buscando o nível me fizeram abrir a mente pra procurar outras soluções, outros objetivos, sem deixar de esquecer do foco principal. Olho para vida e para as buscas do passado, e me sinto potente, pois mesmo que eu não tenha encontrado o que procurava, a arte de procurar me fez encontrar outras possibilidades, outras soluções, outras percepções, melhores, e mais importantes.
Sinto que não perdi tempo, mas que ganhei experiência, não me arrependo, apenas aceito que aconteceu o melhor que podia ter acontecido. Utilizar tudo para crescer, aprender e evoluir, sim, é mais simples observar o que emerge, e manter o foco, do que se perder nas buscas do que já não faz mais sentido.
Estou na fase final da revisão do livro “Para que simplificar”, de verdade já perdi a conta de quantas vezes o li, em suas variadas formas nesta construção. Cada leitura parece que foi a primeira vez, alguns textos curaram feridas do agora, outros textos me fizeram lembrar de ferramentas que tinha esquecido, outros ainda me deixaram forte e contente por manter a coerência até aqui.
Leio, releio, vejo todas as buscas, todas as reflexões na tentativa de clarear perspectivas, algumas parecem que não se alcançaram, umas praticas foram deixadas de lado, outras permanecem vivas, muito do que achava que buscava, na realidade já estava em mim o tempo todo. O caminho continua sendo o mais importante, talvez a simplicidade esteja em se deixar encontrar, ir encontrando o que emerge ao invés da busca desenfreada que nos vendem por ai.
Felicidades! Parabéns! Qual a colheita a ser feita quando estamos de aniversário?
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