Em pequenas partes…
Por onde começar primeiro?
Tudo que era feito antes já não pode ser feito agora. As soluções tradicionais já não valem. Os canais mudaram todos. Tomar cafés já não pode. Interagir e conversar presencialmente também não. O fator tempo foi totalmente alterado e agora?
Experimentei alguns exílios nos últimos anos, que me apoiam a enxergar e reagir de diferentes formas. Um deles foi minha ida para a Espanha. Antes de ir aquela expectativa toda de alguém que sai de casa, que muda de país, que muda a língua e experimenta tudo novo e diferente, listas e listas do que se quer fazer. Chegando à Espanha, nada do esperado aconteceu. Tudo diferente, tudo mais difícil e assim o isolamento me causou embotamento e vice-versa. Já escrevi algumas vezes, ao ir pra lá eu tinha tempo, meu único compromisso eram as aulas a noite de segunda a quinta, nenhum outro compromisso a mais.
Me sentia rico no inicio (com relação ao tempo já que meu dinheiro valia 1/4), me sobrava muito tempo. Não contava com tanto frio, tanta preguiça, mas ainda assim me sentia livre como nunca.
Já que tenho tempo vou dormir mais, e a cada dia dormia mais.
Já que tenho tempo vou fazer uma lista das coisas que eu queria fazer (no passado) e não fiz. E ai o embotamento explodiu…
Não percebi na minha fala o “Eu queria”, acreditei que continuava querendo, e isso se transformou em uma lista de cobrança que nunca aconteceu. E então eu dormia muito, me cobrava muito, pensava muito, olhava pro passado e para as expectativas o dia todo, e de alguma forma eu não conseguia fluir.
Recentemente mudei para Curitiba, emprego novo, casa nova, hábitos novos. Resolvi parar ou interromper tudo que vinha fazendo, grupos de WhatsApp, tudo. Focar somente no novo trabalho, no presente. Deixei de lado todas as listas de pendências, me dei a liberdade de não dever para mim mesmo. Trabalho para casa, casa para trabalho, não importa a ordem. O embotamento aconteceu também mas de outras formas, orientado a futuro, pensando em possibilidades, possíveis situações, novos olhares. Fiquei vivendo o presente imediato sem ação, somente vivendo, dormindo, comendo, desfrutando do agora, sem fazer nada fluir, simplesmente pensando e analisando, tudo que passou e tudo que pode vir. Pensamentos mil, mas ações zero, afinal pra não se sentir em divida o melhor é não se comprometer.
Me alonguei no contar de experiências e talvez ao invés de começar a contar por onde fluir, mostrei exemplos de como NÃO FLUIR.
Recapitulando, qual o primeiro passo? Se permitir.
Ok, e o segundo passo? Escolher.
Bah Rafa, mas isso não diz muito! Pois é, mas se permitir e escolher são coisas básicas que deixamos de fazer.
Quando falo em se permitir, é se você escolheu ficar olhando séries, se permita desfrutar, sem ter aquela vozinha na cabeça te cobrando que você “tinha que”estar fazendo outra coisa. Se você escolheu fazer algo, uma live, escrever, ler, estudar ou fazer um curso, se permita fazer o que escolheu sem a cobrança natural de fazer da melhor forma, simplesmente faça, se cansar no meio do caminho escolha outra coisa e se permita começar outra vez.
Recomeçar é a palavra do momento, com pitadas de reaprender. Nada do que sabemos ou sabíamos, ou ainda do que estávamos acostumados nos apoia agora. O que nos apoia de verdade é estar aberto a aprender e a fazer diferente. Desde respeitar as novas regras e orientações à encontrar outras formas de fluir.
Sim da pra fluir, sim da pra fazer muita coisa, da pra se sentir útil. Se faltar dinheiro (que é a maior preocupação), não vai ser parado, embotado, se culpando ou se vitimizando preso ao passado que o dinheiro vai circular. Esta energia pesada chamada de moeda, só vai rolar se você estiver se sentindo fluindo entregando valor para alguém, carregando compras, comprando remédios ou simplesmente escutando alguém que precisa de escuta, é no simples que os primeiros passos do fluir se manifestam e não na complexidade de planos inalcançáveis.
Quais dinâmicas se apresentam positivas?
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