O quê? Por quê? Para quê?
Querer, pedir, ir atrás, fazer por, executar.
Quantos quereres ao longo da vida? Quantos planos frustrados? Quantos projetos exitosos?
O "zoom out" da perspectiva do que queremos me possibilita ampliar sobre tudo aquilo que já quiz.
Se quero, vou atrás ou na frente. Se não sei o que quero tanto faz.
Por muito tempo segui muitos planos que não eram meus e também não sabia de quem era. Ou melhorar, planos do status quo, do padrão, da caixinha. Estudar, formar, carro, casa, familia, emprego, segurança, etc...
E a surpresa fica pra quando? Surpreender-se quando o inesperado acontece. A vida tem um pouco de inesperado e não são poucos que vivem assim, no "Deixa a vida me levar".
Sabado pela manhã, meu filho Benjamin acordou, ele queria muito jogar futebol comigo, algum tempo (pra ele tempo ainda não é relevante, é só muito ou pouco). A frente do que ele queria, já existia uma forma, desenhada pela criatividade dele, de como seria e onde seria esse momento.
Acordou já querendo a confirmação de que o querer iria acontecer. Ele queria garantir a sua vontade o seu querer, não da pra negar que ele foi atras, pediu, perguntou. Sinal de que aprendeu a pedir. Problema é que o tom passou do tom, ao invés de pedir ele estava impondo e se colocando altamente frustrado caso não fosse possível.
Fizemos um jogo, descobrimos o que ele queria, e fizemos um combinado. E se a verdade dele encontrasse a minha verdade, e no meio das duas uma outra possibilidade surgisse? E se a idéia de pedir, seja do tipo, seria bom que...
O futebol rolou, não do jeito que ele queria, mas com surpresas ao longo do caminho só possiveis por estar aberto a mudar de rota.
Volto a pergunta e fica mais claro com essa narrativa. Querer é importante pra aproximar contexto, para construir bordo de previsto x realizado, pra ter um horizonte. Não precisa garantir exatamente a jornada, mas minimamente saber como avaliar se conseguimos atingir ou não.
É como pedir, só que a partir da nossa perspectiva de criatividade.
O que eu quero?
Me deparo com essa pergunta já tem um tempo. Imerso em tantas possibilidades que plantei, preciso escolher, deixar claro, aberto aquilo que quero. E de fato não consigo montar uma caixinha pra isso, se opero fora da caixinha, como ter uma caixinha exata e embalada pelo que eu quero.
O que eu quero ainda não existe, não é facil de explicar, talvez ilógico para compreender, mas no meu universo de experiências, faz sentido, faz sentir.
Em janeiro de 2018 escrevi. Quero "Viver em colaboração, amando-me"
Isso engloba um desejo de não carregar o mundo sozinho, de não fazer sozinho, de não entregar sozinho.
Frase carregada de negatividade, pra não acontecer.
Quero um grupo de cuidado, onde cada um possa pulsar o de melhor que existe em si na direção que lhe for mais agradável. Onde o nosso cuidado nos sustente, nos mantenha em sobrevivência. Nutridos de um trabalhar COM, ao invés do trabalhar PARA.
Quero ter tempo para ser surpreendido, convidado, levado a experiências que ainda não vivi.
Quero que a vida me surpreenda com o melhor, com a alegria, com a doçura do meu nariz vermelho.
Quero meus filhos se divertindo nesse contexto sem culpa, fluindo o que tem que fluir. Passando os perrengues necessários para evoluir mas com a certeza inconsciente que tudo vai dar certo.
Que se viemos nus a este mundo, sairemos deles nus e só carregaremos a experiência.
Quero gerar valor suficiente para distribuir.
Quero o bem.
Quero amor.
Parecia dificil no inicio, não foi fácil, mas de fato olhando agora parece simples.
Que a simplicidade do presente, do minuto seguinte, do segundo que passou seja combustível para me manter no prumo, e que os amigos, irmãos a minha volta estejam presentes pra me trazer pro prumo quando eu precisar.
Qual o próximo pequeno grande passo?
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