Muitos ou poucos parágrafos? Tudo que é muito é em relação a pouco, e a inversa também verdadeira. Qual a referência?
Já escrevi todos os dias. Transformei os primeiros 9 meses em livro.
Ja escrevi com temas focos. Ja escrevi contratos. Mini bios e infinitas apresentações.
Contei muitas histórias. Perspectivas do que vejo ou sinto.
E diminui.
Diminui a frequência, diminui a intensidade, mas são mais de 6 anos em que continuo escrevendo essa relação comigo mesmo, a critica de mim, o ruído do mundo, o saber de cada dia.
Talvez eu nunca saiba o quão exponencial isso foi, é ou será. Fico pensando na relação com o meu pai. Como seria bom re-ler os seus textos, as suas histórias, a sua autobiografia.
Lembrar das histórias que ele mais lembra, dos momentos mais representativos da vida dele.
Da minha perspectiva, o abraço que ele me deu a primeira vez que bati o carro dele.
Ou a palavra de paz, quando pisei na bola a primeira vez.
Lembro das lagrimas, e de tudo que vivemos juntos. E sinto saudade, assim como sei que ele sente, mas não está escrito.
Paragrafos são conjuntos de ideias tecidos em palavras e frases que narrram algo.
Não posso prever a exponencialidade das coisas do dia a dia, mesmo com toda a ciência, com toda formula ou equação prática e exata. Não se pode viver o amanhã sem viver o hoje.
Hoje joguei xadrez com meus filhos, que até agora nunca me venceram, e sei que vai tardar um tempo pra que me vençam. Meu pai me treinou assim, que no xadrez não se perde ou se ganha, não se entrega ou se deixa, que no xadrez não tem desvios, mas sim lapsos de atenção numa brincadeira ganha x ganha, onde o objetivo é sempre aprender e fazer um jogo melhor.
Meu filho menor convidou minha esposa para aprender com ele. Por mais simbolico que isso seja, ele achou alguém que sabe menos que ele, pra passar algo adiante aos seus 5 anos. E por mais que seja um simples sinal, um simples compartilhar, é fruto ou exponcencial dos meus movimentos, da graça em perceber quando agente acerta, e quando passa algo adiante que recebeu de alguém, no caso do meu pai.
É, quando comecei não sabia o que ia vir, e o que ia refletir de hoje ou de ontem. Importante que sou grato pelos paragrafos que aqui deixo, para quem sabe no futuro eu mesmo voltar aqui e perceber a exponencialidade da vida em mim mesmo, no simples fato de evoluir e reconhecer cada passo enquanto caminho.
Grato pai, Grato filho. Sou a ponte de duas gerações conectadas pelo aprender, amo vocês.
Por que temos que querer algo? O que você quer?
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