Me peguei uns dias pensando nessa pergunta, observei a primeira vez e fiquei refletindo as relações de poder, na segunda vez fiquei me perguntando o quão difícil é começar a refletir sobre uma pergunta que começa com “quão difícil”.
Começar com uma afirmação em uma pergunta realmente limita a amplitude da reflexão de resposta. De alguma forma estou afirmando que é difícil eliminando a possibilidade de em algum momento vir a ser fácil e isso não é positivo nem benéfico e aqui cabe esse julgamento.
Começo por estabelecer alinhamentos, clarear expectativas, definir métricas, estar em acordo com relação aos limites. Temos internamente nossas métricas, e consequentemente nossas percepções sobre tudo que nos cerca, embora tenhamos muitas coisas por padrão, dificilmente a métricas do outro numa relação são as mesmas. Se olhamos pra relações de poder, hierarquicamente falando, a percepção difere ainda mais, quem está mais encima, percebe de forma mais macro do que a pessoa que está mais abaixo. A valoração desses alinhamentos também tem pesos diferentes, e até ai tudo normal. Mas existe a abertura suficiente para clarear os pontos diversos dessas percepções?
Simplificar é a medida, estabalecer até 5 pontos claros de medida, objetivar o foco das situações em 2 áreas e quem sabe adicionar algumas lentes. Estes 3 fatores já proporcionam uma matriz de no mínimo 20 possibilidades de analise. Se pararmos pra pensar na quantidade de possibilidades que criamos inconscientemente e a tamanha diversidade de cenários que pensamos antes de agir, me fica claro que ando complicando demais as coisas por falta de alinhamento e simplicidade.
Aonde quero chegar, as vezes não abrimos a verdade das nossas possibilidades, no meu caso, fico na falsa e perversa tentativa de sempre agradar o outro antes de agradar a mim mesmo, falo na frequência que o outro me escute, mas custo a deixar claro a frequência que preciso ser escutado. De alguma forma inconsciente projeto no outro que esta acima, uma dependência de ouvir o que precisa, e já está. É como se eu delegasse a responsabilidade de manter as expectativas claras ao outro, me eximindo da responsabilidade de manter os pontos de contato necessários pra simplificar isso.
Vai continuar sendo difícil, mas talvez possa ser mais simples. Um email com frequência, um retorno, um pedido diferente e quem sabe assim as expectativas não sejam atendidas.
Como transformar relações de poder em relações de colaboração?
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