Sou apegado à algumas experiência ou aprendizagens que foram boas em algum momento e me trouxeram alegria ou satisfação. Fico preso à elas afirmando para mim mesmo que sou assim, ou faço assim e pronto, custando a ceder e aceitar que já não serve mais.
Muitas vezes não é um desaprender, até por que acho impossível apagar situações da memória. O que me é possível é ir esquecendo aos poucos, deixando de acessar, deixando de lembrar até que essas memórias fiquem distantes, como num disco rígido pouco utilizado, abrindo espaço pra que outros aprendizados e formas de fazer ocupem este espaço atualizando o modo operacional.
Minha maior dificuldade é que alguns aprendizados estão enraizados de forma muito presente, ligado a valores que ainda habitam em mim, comprometimento é um valor que acessa inúmeras ferramentas de checagem. Trabalhei com muitos times comprometidos, e encontrávamos formas diferentes para cada um checar seu ponto de comprometimento, sendo todas as formas válidas. Porém nessa velocidade que temos hoje estas checagens ainda fazem sentido em algum nível, mas não são universais.
É como se o novo método não fosse ainda completo, para fazer com que o anterior deixe de ser utilizado, é como se o novo método precise de parte do antigo, e isso causa o acesso a parte ruim do método anterior toda vez que acessamos ele.
São gatilhos de memórias traumáticas, podem descrever alguns autores, ou são simplesmente gatilhos de memórias exitosas que trazem todo o aprendido ao presente. Confesso que não sei, descrever o como acontece, mas acontece.
Tenho me apoiado nas ferramentas das respirações, do pedido de feedbacks, do convite a conversas, para me apoiar a criar novas situações positivas, afirmando os novos aprendizados e desaprendendo aos poucos, grão por grão.
É uma forma dentre muitas outras, mas fica mais prático para mim desaprender para aprender, até por que aprender em excesso não me faz bem, como tudo no mundo, o excessivo maltrata, o equilibrado evoluí.
O que estamos fazendo em excesso que nos sobrecarrega?
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