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Quais sentimentos surgem ao dar atenção plena? (2/ago)

Foto do escritor: Rafael UrquhartRafael Urquhart

Completude, foco, cuidado, carinho e diversão. Senti dificuldades em dizer o que sinto no momento que precisei dedicar atenção plena ao outro. A situação é simples, passar 4 horas num museu com minha filha, atenção total e unicamente dedicada a ela, mesmo com inúmeras distrações. Como isso não é frequente me exigiu habilidades diferentes.

É fácil descrever essa atenção quando quem a recebe é uma criança. Os sentimentos são diversos, ligados a felicidade, alegria e compaixão, sentimento de liberdade misturado com tenção. Ao mesmo tempo que os sentimentos de diversão aparecem, em algum momento o tempo socorre e aparece o cansaço, a distração, e a paciência diminui, mas atenção continua lá plena, dedicada em um único ponto.

Esse máximo de atenção acaba por completar ambos os lados, mas quando isso acontece no dia a dia? Quando efetivamente dedicamos atenção plena ao outro, o celular grita e distrai o tempo todo, sempre surge algo no meio do caminho, e como manter essa atenção, essa dedicação?

Desligar o celular parece lógico, no mesmo dia que dei atenção a Carol a manhã toda, a tarde dei atenção a um projeto na Bororó, um projeto ligado a educação emocional, e o caminho foi o mesmo, atenção plena, esquecer do tempo e focar no momento naquilo que está ali. Ambos tem a mesma dificuldade, ambos carregam o cuidado de que preciso me divertir fazendo o que estou fazendo para manter a atenção no nível mais alto. Os sentimentos são os mesmos, cuidado, paz, alegria, proximidade, entendimento, engajamento. Talvez todos eles não sejam sentimentos em si, mas são sentires que movem algo.

A atenção plena ao outro, ao que fala, ao que necessita é difícil. Falo bastante, mas estou ali, e minha fala é na direção dos que no conecta, e ainda assim me sinto em atenção, colaborando, me aproximando, unindo, participando.

Para uma criança, receber atenção plena é a glória, algo único, lembrado, marcante. Para o adulto, algo mais ligado ao dever, a importância de estarmos, parece pouco mas em tempos de distração massiva, estar em momentos de atenção plena com o outro é a glória também, talvez mais difícil que uma criança conquistar tal atenção.

O sentimento é de completude, de vitória, de glória talvez, esta cada vez mais difícil manter esse foco no que nos une, e no que nos mantem próximos trabalhando juntos, ficar 2 horas nesse fluxo é cada vez mais difícil, e fico grato pelas oportunidades de conexão, atenção e cuidado que experimentei hoje.

Como andam suas retrospectivas?

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