Vou precisar de mais tempo…
Quero ficar o dia sem fazer nada…
Não quero pensar em quem tenho que ser…
Não estou afim de fazer isso…
Quem sabe eu não aprendo algo novo…
Será mesmo que estou perdendo tempo…
Ser coerente é difícil, mas buscar coerência em quem se é parece mais simples. E cuidado, temos o hábito de buscar coerência entre quem já fomos e quem estamos sendo, e isso é extremamente penoso.
Só tenho o presente, se estou sendo, com presença, com qualidade do meu melhor, negando se não estou bem, e aceitando se estou disponível tenho a oportunidade de ser coerente no momento que estou sendo.
Parece doido, por que eu sou um dos que prega que a coerência plena é uma utopia, até mesmo para monges. Mas sou o mesmo que digo que a utopia me coloca em movimento, e me mantém em movimento em quando tenho fé nesta utopia.
Se estou sendo eu mesmo, no agora, com inteireza, tenho certeza que estarei sendo coerente. Hoje escolhi passar com minha família, como se fosse um sábado ou domingo, mesmo sendo uma sexta feira. No inicio me senti pesado por não estar produzindo algo que se reverta em grana, por outro percebi que a presença com meu filho pode estar produzindo algo de conexão que não posso mensurar.
Estar abraçado com minha esposa, assistindo séries, não pensando em nada pode me manter ali, anestesiado pelo que vejo, mas só estando companhia, sem cobrar nada, sem pensar nada, sem ter que ser nada, simplesmente sendo.
Volto pra pergunta, e não consigo determinar a coerência, talvez o equilíbrio de se manter quem se é, sem ter que ser nada diferente disso pode me trazer por alguns breves segundos a coerência tão almejada por todos.
E se dormir demais não fosse dormir demais?
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