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Foto do escritorRafael Urquhart

Qual seria a graça se nunca tivesse fim?

O dia tem fim, não escrevi pela manhã e ao apagar das luzes estou aqui, antes do fim.


O fim traz completude. Sempre me perco na mistura de fim de final, ou de fim de finalidade.


Por mais parecido, como seria se não tivesse esse ponto final.


O dia, a hora, o minuto. Sem fim. Como seria a realidade na infinitude.


O fim do intervalo, o fim das férias, o fim da música, o fim do baile.


E por que não o fim, a morte.


De certeza, que tudo tem fim, e talvez as coisas sem um final ficariam muito chatas.


De fato qual a graça de dedicar tempo a algo que não tem fim.


O aprendizado não tem fim? Sério e depois da morte quem aprende?


Então tudo tem fim, até mesmo o desconhedido do universo.


Interessante que é um fim observável. É um fim a partir de um ponto de observação, pode ser fim pra mim, mas inicio para outro. Fim do dia aqui, inicio do dia do outro lado do mundo. Questão de percepção.


Fim de algo, inicio de outra coisa e ao mesmo tempo tanta coisa acontecendo pela metade.


Aprendi que muitas coisas em aberto não ajuda, é importante fechar elas, dar por acabadas.


E reflito, divago e volto, será que teria graça mesmo?


Fico pensando nas histórias mais longas, nas observações quase que vitais e ainda não ter fim seria monotono. Imagine viver o todo, imagine não correr risco. Imagine ser tudo conforme o planejado, enfim...


Parece que não existem perguntas que respondam o fim.


Se assim o é, e vivemos por graça, qual o limiar do inicio ou começo do fim?

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