Sim, ter filhos é um caminho para aprender com alguém mais novo.
Tem o tempo que aprendemos com os mais velhos, com os da mesma idade e então, o tempo se inverte e começamos a aprender com os mais novos.
Hoje aprendi a andar de patinete, com minha filha, como se já fosse natural pra ela, mesmo ela nunca estando em um deste tipo. Ok contrariei o não utilizar capacete, o colocar o patinete sob a responsabilidade dela em um ambiente seguro que ainda assim possibilitava riscos, e lá foi ela 200m a minha frente brincando com uma ferramenta comum de transporte hoje em dia.
Na sequência invertemos, e como foi divertido, me senti um guri, não pelo andar, mas por estar aprendendo algo novo.
Ontem estive em um circulo de conversa pela primeira vez com minha filha, a noite, durante a tarde pela primeira vez ela, minha mãe, minha esposa e meu filho juntos também me viram palestrar sobre o quão enlatados ficamos e como é sair dessa lata que fomos colocados desde a revolução industrial.
A noite nesta roda de conversa, fiquei paralisado, o quanto olhar para as crianças nos simplifica as duvidas de como lidar como adultos, falávamos de compromisso e confiança, e sim uma criança não precisa de compromisso para confiar em outra, simplesmente nascem confiando. Topam todas, se adaptam ao que aparece, por duas vezes o convite a Caroline foi feito para falar na roda e ela evitou, ao final mudei e perguntei, o que tu ouviu? E ela se sentiu desafiada a falar em pleno checkout do grupo do ponto cego. Com uma naturalidade de adulta, me fez chorar, ao dizer que estava ali aproveitando as ferias comigo, e que tinha conhecido novas pessoas, e ouvido muitas coisas e gostado de cada um que recebeu ela, agradecendo a todos e a mim.
Acho que demorei muito pra falar com essa naturalidade em uma roda de conversa, ela já veio com isso de fábrica. É dela, simples, natural sem medo, como uma criança que confia onde pisa, se sente em casa.
O Benjamin tem feito o mesmo também, a cada interação me mostrando que existem outras formas de se permitir, se adaptar e aprender. Interagindo em todos os lugares onde vamos, se adaptando ao que aparece e a quem lhe estende carinho.
Como lidar com a flexibilidade e resiliência das gerações que estão chegando?
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