Interessante me perguntar quando me percebo.
Se perceber sobre qualquer aspecto ja é em si um ampliar de presença. Talvez quando paro pra responder, durante a criação do texto nem me perceba que a cada toque no teclado algo novo esta surgindo.
Acho, só pra variar, que o momento de criação é um lapso de tamanha entrega que não da tempo pra se perceber criando. Se eu parasse para descrever isso ou aquilo, eu interrompo o fluxo criativo de colocar algo novo no mundo.
Ahh, mas e quando termina o texto? Também não me percebo criando, as vezes nem consigo celebrar mais um texto publicado, é como se não houvesse separação entre o criador e o observador, os dois são um só, e querer criar essa dualidade na observação pode parecer um egoísmo ou ato egocêntrico.
Talvez, a criatividade, a criação ou o lapso criativo deva mesmo ser percebido apenas pelos demais. Internamente sinto que não tenho controle sobre essa percepção, tagueamento ou síntese. Tenho sim controle sobre dedicar foco, escolher criar, escolher tentar, escolher iniciar algo.
Pode ser que no final eu não perceba o feito, objeto criado ou ação com aspectos criativos. Criar quando utilizado na direção dos filhos, tem um aspecto de cuidado, de sustentação, de suporte para que a existência e a vida emerjam.
Se crio meus filhos, independente do sentido da palavra e mesclando os sentidos, como seria cuidar/criar de mim? Cuidar da minha existência, para que eu possa ser o meu melhor no momento presente, o mais profundamente conectado comigo, escrevendo, resolvendo problemas, cuidando, criando, abastecendo, nutrindo ou simplesmente respirando me torna um ser criativo por natureza.
Portanto, sobre o quando, só posso intuir que a todo instante estou criando e permitindo tudo que acontece ao meu redor e internamente em meus pensamentos. Talvez o silêncio esconda os pensamentos mais criativos, mas é no mundo da ação que eles passam a ser percebidos por todos.
Como criar a si mesmo?
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