Simplesmente quando nada melhora, e nada é feito.
Ter um filho doente, sem melhora, sem evolução, me faz perceber que o tempo não andou, e é o mesmo de ontem, arrastado, doído, sem sentido. Ver um filho sofrer dores, desconfortos e não saber como resolver, faz tudo parar e perder o sentido.
Não quero parar o tempo, por que não faz sentido para-lo depois dessa percepção, pensar que isso é necessário também não conforta. Pensar que pode acontecer de novo também não é bom. Olhar para o incontrolável desta forma, me deixa pequeno a perceber que não da pra parar o tempo, assim como não posso controlar outras coisas como a saúde de um filho.
Tem coisas que são incontroláveis, no relógio os tempos são iguais, 24 horas, todos os dias, se essas horas não passam, envoltas em preocupação, elas ainda tem 24 horas, mas parecem mais, e não da pra controlar isso.
Falei e sigo falando sobre os tempos de vida, os tempos relativos de Kairos que nos tornam humanos e antenados no que esta acontecendo. O tempo de estar preocupado com alguém doente é infinito, na dor, e na não solução. Percebi assim que o tempo passa devagar quando doi, e rápido quando está bom. E que talvez ainda existam outros parâmetros, e por isso fujo do que dói e busco o que é bom o tempo todo. Acelerar ou frear o tempo? Não sei.
So sei que mesmo a percepção sendo a mesma, ontem não tem o tempo do hoje, por que o hoje ainda me permite fazer diferente pelo simples fato de estar aberto a perceber diferente o que ainda pode acontecer.
Como despertar a maturidade coletiva?
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