O tempo é o mesmo, 24 horas por dia; o que muda são as escolhas que fazemos nesse período. Ciente disso, ainda persisto nos mesmos erros e hábitos.
Dá para viver mais nas mesmas 24 horas? Acredito que sim, e em algum lugar essa sabedoria habita em mim. Mesmo que hoje, as preocupações, afazeres e problemas não resolvidos ocupem a maior parte do tempo, reduzindo, talvez, essa real percepção de VIDA.
Está mais fácil reclamar do que mudar. Preciso respirar.
Não me faltam habilidades. Falta fôlego. Dar tempo, um passo de cada vez, sem atropelos.
Uma pequena e, ao mesmo tempo, grande pausa.
O universo nos encaminha missões interessantes. Pelo cuidado com meu filho e sua dicção, precisamos mudar o ritmo das falas dentro de casa. Falar com mais pausa, respirar mais, ouvir mais, não responder de imediato. Parece que, com a motivação certa, fazemos aquilo que sabemos que deveríamos ter feito há muito tempo: melhorar a comunicação e dar tempo para respirar.
O momento em que algo acontece é o melhor momento possível. A hora em que termina é a hora certa para terminar, e assim por diante. Aceitar o tempo como ele é, escolhendo no momento da escolha, sem antecipações e sem demoras. O dia a dia pode ser corrido, mas isso depende da percepção de cada um. Sou eu que escolho se será corrido ou devagar, sou eu que percebo seu ritmo, que permito o atropelo ou bloqueio de cobranças.
O valor nunca está na quantidade, mas sim na qualidade que você entrega. Fazer mais não significa fazer melhor. Claro que algumas coisas não podem esperar para serem resolvidas, mas podem ter soluções breves e temporárias. É importante organizar, sim, mas sob a ótica de quem? Do outro ou da sua?
Qual a nossa perspectiva de organização? O que é organizado para mim nem sempre é para o outro. Convivendo juntos com diferentes visões de organização, o que é comum? Qual o ritmo que nos governa e nos faz sentir bem e sorrir?
Não precisa ir muito longe para perceber qual é esse ritmo: o mais interno e pessoal que temos. A coragem vem do coração; o agir, desse ritmo que nem sempre está em sintonia com a respiração. Mas tanto o ar quanto o sangue alimentam nosso movimento de sentir, correr, parar e refletir.
Talvez pareça confuso para quem lê, mas não importa; o que importa é que meus ritmos estão bastante desordenados, frequentemente querendo dirigir ou influenciar minhas ações sem tempo ou pausa para que minha voz interna e soberana dite o ritmo do meu viver.
Que ritmo é esse que me atropela?
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