Não se perguntar, não questionar, nos coloca em uma posição de resignação, de aceitação do que é por que é, simples assim. É assim e pronto. Não cabe a mim. Será?
Nossos olhos estão apontados para fora, nosso julgamento também, mas em algum lugar em nossos pensamentos, existe uma visão pra dentro. Ela está lá, talvez escondida em culpa, arrependimento, medo e exaustão.
Não preciso colocar todas as perguntas sobre mim em um único dia, mas que tal uma pergunta simples do tipo:
O que posso começar hoje?
ou
O que posso fazer agora que vai me eixar orgulhoso no final do dia?
Não posso comparar a minha perspectiva com a de outro, por que nossas experiencias são distintas, essas duas perguntas podem assim soltas sem contexto levar a infinitas micro-ações distribuídas entre muitas pessoas, múltiplas reflexões, múltiplos cenários. E são são duas perguntas, talvez as duas juntas me permitam começar algo que vai me deixar orgulhoso, fazendo com que a reflexão construa uma nova pergunta. Tudo é possível.
Posso falar da minha perspectiva. Nos dias que escrevo e reflito sobre uma pergunta, parece que algo fica mais simples, mais leve. Tem dias que a pergunta me leva pra um lugar pesado, fato, nem tudo são flores. Mas em grande parte independente do julgamento de positivo ou negativo, abraçar uma pergunta no dia me permite evoluir, nem que seja só um pouquinho.
Existem as perguntas para fora, para análise, para o olhar sistêmico, na direção do outro, mas as que temos mesmo autonomia são as que são dirigidas as nós mesmos, são estas que se encarregam de nos manter caminhando independente do caminho, das escolhas e dos desvios.
"E se..." pode ser uma abertura a bifurcação para o futuro, um novo cenário, uma nova possibilidade que antes não existia, perguntas com essa abertura podem nos trazer simples surpresas ou doces sorrisos.
E se eu não fosse tão pesado comigo mesmo? O que essa leveza poderia agregar no meu tempo presente?
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