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  • Foto do escritorRafael Urquhart

Como exercitar a liberdade do tempo presente?

Exercitar a liberdade? No agora? Assim do jeito que as coisas tão la fora? Como?


Confesso de largada que essa pergunta se manteve no campo por quase 2 meses. E de fato desde 28 de abril de 2018 foi o maior tempo ocluso da minha escrita simples e perguntil, se é que esta última palavra existe.


Não escrever, não fazer, não refletir, paralisar também é em si um exercício da liberdade/habilidade de não fazer porra nenhuma.


E por mais que no texto emerja um palavrão, ele por si só também se manifesta em exercício dessa tal liberdade.


Liberdade de quem? Minha. Então foda-se.


Por muito tempo acreditei que a liberdade vinha do outro ou do sistema. Faço aqui um parêntese acentuado à escravidão que não vivi (em partes). Lamento pelo seu manifesto doentio de privação da liberdade do outro que pode aqui ser má interpretada na minha reflexão, mas que por ser histórica e ter causado tantos estragos ainda é um uma âncora de escuridão a descoberta da liberdade de si.


Sim acreditei minha vida toda que pra ser livre preciso do OKzinho de alguém, da aprovação, de um tipo "Vai lá agora é contigo". Preciso que alguém aprove a minha liberdade.


Que bela cagada de pensar, ou que falta absurda do sentir.


Talvez eu esteja desbocado ou na verdade escrevendo de um lugar de pura verdade. De pura vida. (Saudações aos meus amigos eternos costariquenhos do Insight IV de 2018).


É a verdade em mim que me dá essa tal liberdade. Não ta la fora. Ta aqui dentro.


Mas não pense que algo assim se desperta sozinho. OBVIO QUE NÃO.


Eu precisava desse tempo, quase 60 dias de não escrita ou melhor quase 40 anos, uma vida me enganando. O palhaço sempre esteve ali, dentro de mim, hora e outra despertando, incomodando, perturbando ou simplesmente sendo. Vez e outra com um nariz vestido aqui ou ali a minha essência se soltava mas logo em seguida obcecado pela minha autoanálise de entender eu o bestificava como uma demonstração de idiota.


Que palavra deliciosa. EU DIOTA, idiota.


Gratidão Marcio Líbar pela generosidade de compartilhar sua sabedoria prática de sentimento e ternura misturada a uma arte milenar de graça e compaixão. Sua oficina, portal, circulo, espaço tempo secreto da sabedoria ancestral da palhaçaria, libertou em mim mais uma vez...a possibilidade de ver a realidade do outro refletida em mim. Meu espelho voltou a estar limpo, brilhante, vivido olhando no outro o melhor de mim assim como na força do outro, claro idiota, a força que também reside aqui.


Este espelho me conecta pela enésima vez com a plaquinha singela nas paredes da Casa Liberdade onde iniciei minha jornada de auto-liberdade em 2014.


"VIM TE VER PARA LEMBRAR QUEM SOU"

Essa frase já me tocou de inúmeras formas, mas pela primeira vez ela se torna quase que um mantra ou uma âncora na reflexão desta pergunta que inicia este texto.


Como exercitar a liberdade no tempo presente?


NA PRESENÇA DE SI NO OUTRO.


Simples assim. Sendo, você mesmo, com todas suas imperfeições, feridas e dores, vulnerável no grau máximo da simplicidade de ser quem se é. Talvez com um foda-se ligado, ou com a ternura do olhar em lagrimas estendido e disponível. Talvez ainda seguro com tantos abraços calorosos disponíveis de um circulo de paspalhos humanos LOUCOS DE SI e anormais. Anormais? Sim por que no que é dito normal la fora, no mundo que luta e se perde, são poucos os lugares onde conseguimos olhar nos olhos, ver a verdade mais amorosa mesmo que cruel e nessa mistura genuína de doce e amargo, nos deliciarmos com oportunidade divina de sempre sermos aprendizes.


Gratidão a todos aqueles que pertencem a este circulo da amorosidade, e que me ajudaram a me revelar em simples sonhador com toda sua complexidade escondida, que quando reflete, sente, ama, se expressa, ri e balança o corpo.


Na loucura deliciosa de rir de si mesmo sigo meus sonhos.


E de fato o que é sonhar?

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