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Foto do escritorRafael Urquhart

Como conectar convidando?

Com o tempo me distanciei de muitas pessoas, não de forma objetiva do tipo “me afastar”, mas sim com um olhar que o tempo, os deslocamentos, as histórias e as distancias físicas aumentaram. O tempo sem se ver e sem estar juntos também foi se alargando e com muitos acabei deixando de ter contato, não sei como estão, participo muito pouco das suas vidas, ficou na memória o tempo que ficamos juntos.

Me dei conta que não dou conta de ser onipresente. Sustentei essa bandeira no tempo em que me deslocava fácil, sozinho, pra lá e pra cá. A família, os novos objetivos, os novos saberes e experiencias, foram fazendo com que eu ficasse menos presente com todos, mas ao mesmo tempo me mantivesse disponível a todos. Criei de certo modo o mantra de que estou disponível a quem me procurar, se eu sentir uma necessidade procuro e deixo a porta aberta para o caminho inverso.

Ok, mas o que a pergunta tem a ver com isso?

Quando penso em um convite, imagino primeiramente as pessoas dizendo sim, independente de quem seja, depois começo a olhar quais pessoas eu gostaria que estivessem comigo, seria interessante viver experiencias dentro das áreas que gosto com pessoas que não vejo tem um tempo.

Talvez a pergunta evolua para “Como REconectar convidando?”

Quando produzi o livro, convidei diversas pessoas para acessa-lo, era uma forma de aproximar os que me conhecem a mais tempo. Através do livro acredito ter uma possibilidade de reconexão.

Com o tempo fui construindo minha forma de compartilhar, de levar o que acredito a outros. Por um tempo acreditei que eu estava muito fora da caixa, muito distante de todos os meus círculos, longe mesmo, não só fisicamente, mas também mentalmente, observando coisas diferentes a minha volta. A arrogância me impediu de ficar mais próximo, pois os primeiros convites pareciam muito estranhos, muito longe, do tipo, “acho que vemos as coisas de formas muito diferentes, não consigo te convencer”.

Alguns toparam interações, já outros ficaram mais distantes. Por que será?

Essa noite caiu a ficha, de que muito do distanciamento é que inúmeras pessoas importantes para mim já não fazem mais parte do meu dia a dia, não trocamos nada tem bastante tempo, mesmo que nossos laços sejam fortíssimos pelas relações do passado, no presente essas trocas minguaram pela distância dos nossos olhares Fica difícil de convidar.

Pensando em marcos históricos, tipo convite de formatura e de casamento, talvez assim fosse possível reunir e reaproximar todos, muito embora nesses momentos o tempo dedicado a troca seja extremamente curto, já que quando se esta no centro pouco tempo sobra para dar atenção a todos como se gostaria. Minha ultima experiencia nesse sentido foi no aniversario de 1 ano do Benjamin, onde por conta dos custos reduzi a lista àqueles que estavam em contato comigo a pouco tempo e haviam estado com o Benjamin, mas durante o evento, o tempo ficou curto, queria estar com todos e ao mesmo tempo ficava pouco tempo com cada um.

Tá Rafa, mas por que todo esse vai e vem, qual a relação com o convite?

Me dei conta, que posso integrar momentos. Sim integrar, utilizar do tempo de uma forma só para diversos fins. Estou preparando um oferta o mundo, mais uma entrega para o bem do próximo, uma experiencia agora no formato digital, já experimentei o Estaleiro na Espanha, alguns Art of Hostings, o Ponto Cego, a Simplify, o Jogo do Herói e agora começo a preparar o IN-PULSO. Quando acordei hoje pela manhã, me deparei com a possibilidade de convidar pessoas que não vejo a muito tempo, para estarmos juntos, afinal quando vou poder estar 10h com alguém que não vejo ou não estou a 2, 3 ou 5 anos. Como aproximar nossos mundos outra vez?

Convidando.

A experiencia em si é mais rica a partir do universo de participantes que estiverem presentes. Quanto maior a diversidade mais amplo o campo de possibilidades, quanto maiores as distâncias geográficas, mais amplo o universo da onde ir. Que tal integrar tudo, tornar esse experiencia um tempo de qualidade para reconectar e me aproximar de novos amigos.

Talvez os que já me conheçam fiquem mais próximos e experimentem um pouco do que tenho a oferecer, talvez os mais distantes ou desconhecidos, passem a ser próximos e conhecidos. Lembro com carinho de todas pessoas que participaram comigo das experiencias que citei acima, criei laços tão fortes quanto os que construi com amigos de escola e faculdade onde passamos anos juntos.

Sobre como conectar? Talvez comunicar a importância de estarmos juntos, e vislumbrar um mínimo de possibilidades desse encontro, fortaleça laços, construa conexões e aproxime de quem se quer bem.

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