Fiquei muito tempo com a impressão de que vida e trabalho tem observação separada, me dividia entre o Rafa das empresas e o Rafa com os amigos. Meu dia tinha uma jornada fixa para o trabalho e depois outra para curtir. Eram verdadeiramente dois fluxos separados, com seus acordos independentes, prioridades que não se sobrepunham e ritmos completamente diversos?
Para que conectar esses fluxos, se na verdade eles nasceram conectados?
Aonde foi que nos separamos em mais de um criando como se fossem personagens para cada ambiente?
Será que não estou sendo o que querem que eu seja no ambiente de trabalho?
Será que no trabalho não tem vida, arte, rebeldia e fazer o que se gosta também?
Podia ir fundo aqui em perguntas na direção de descaracterizar a pena que temos com o fluxo de trabalho. Trago para esse olhar muito quando falo do trabalho de jornada de alguém que é empregado de outro, cartão ponto, intervalo, 8h, o estar ao invés do ser, o estar em prol do fazer.
Fico pensando que tudo já esta conectado, que o fluxo é só um, o meu, que na verdade a pergunta remete a uma falsa necessidade. Fica mais prático mudar o contexto da pergunta.
COMO PARAR DE DESCONECTAR O FLUXO DA VIDA E DO TRABALHO?
Na realidade estamos desconectando o tempo todo, fazendo uma força absurda para sermos 2 ou mais, a força para desconectar é muito maior, do que simplificar e deixar tudo conectado.
Talvez não seja sobre equilíbrio e sim o ponto seja essência, o que já está programado? O que é mais natural a ponto de que a força seja a menor possível para deixar o natural se manifestar.
E se eu for quem eu gosto de ser, no trabalho, na vida e em todos os ambientes? Sem filtros ou auto-sabotagem em função da critica externa.
Me percebo agora mais aliviado, o pensar em conectar parecia extremamente difícil e complexo, distante da simplicidade de parar de complicar e desconectar. É assim e pronto. Mas você precisa melhorar neste aspecto? Sim, mas que tal fazer isso respeitando a minha originalidade e o meu ser básico.
Lembro do Art of Hosting Vida e trabalho em 2017 e a profundidade das conversas sobre o assunto, de equilibrar-se, encontrar-se, talvez estas linhas todas aqui remetam a muito das conversas que tivemos em maio daquele ano. Talvez tenham decantado para se manifestar hoje através dessa pergunta. Não sei.
O que me bate é que é mais simples ser e simplesmente ser o que se é, do que tentar ser o que não se é para agradar um sistema agressivo que não nos deixa viver.
O que te desconforta?
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