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Foto do escritorRafael Urquhart

Como convidar sem convencer?

Um convite é um convite. Simples assim.

Mas existem bons convites, ótimos convites e convites desagradáveis. Cada um dá a sua perspectiva.

Na onda do marketing de convencimento, me deparo com uma série de falsos convites, parece um convite mas não é, na maioria das vezes é uma armadilha, um pega curioso, que está ali com o propósito único de te convencer.

Talvez esse seja o ponto do meu ranço com o marketing digital, o convencimento. É uma tentativa subliminar de me convencer que eu preciso, ou de me convencer que eu quero. Num primeiro olhar parece abusivo, mas as técnicas estão ai, quando me dou conta já estou pensando “eu preciso disso ou daquilo”, será?

Voltemos ao convidar.

Quando convido alguém diretamente, por obvio existe em mim uma expectativa ou um querer muito forte que esta, aquela ou aquelas pessoas aceitem este convite. É natural. Meu erro muitas vezes está em pressupor ou julgar que o convite que estou fazendo vai ser bom para o outro. E é nesse ponto que começamos a entrar na onda do convencimento, “isso vai ser bom para você”.

Acredito que temos algo dentro de nós muito forte no querer o bem do outro, no estimar o melhor ao que nos cercam e isso é ótimo, o crime, na minha opinião está quando nossa arrogância começa a querer determinar o que é bom ou não ao outro, o que faz melhor ao outro, soluções e mais soluções. Neste ponto, onde achamos que podemos saber o que é melhor par ao outro, nascem as fagulhas de um movimento de convencer, e o convite deixa de ser convite.

Eu gostaria muito que você aceitasse, quero muito estar contigo nessa, vai ME fazer bem?

Talvez um TE no lugar do ME, é mais comum. Mas pense em receber essa frase de alguém? Talvez você aceite o convite pelo outro e não por você, mas a preocupação é que a tua presença pode fazer bem ao outro. É sutil, mas de uma grande diferença.

Fico com a nítida impressão, que um convite tem que trazer claro o que estou oferecendo como também qual a minha necessidade, o “para que” estou convidando. A determinação ou avaliação de bom ou ruim deixo para o convidado.

Lembro de certa vez em uma festa, que fui incumbido de conduzir um amigo para fora da festa, pois ele estava perturbando muito, ao tentar fazer de uma forma mais leve, convidei meu amigo a se retirar, um convite mesmo, ele prontamente respondeu, “Já que é um convite, posso não aceitar e continuar onde estou.”

Nunca mais esqueci que um convite por melhor e mais bem intencionado que seja terá sempre a garantia do não e a possibilidade do sim.

Como conectar convidando?

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