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  • Foto do escritorRafael Urquhart

Como dar transparência aos bastidores do que fazemos?

Na atualidade falar de transparência é sobre contar ao mundo o que se faz em imagens, textos e dizeres simples. Não me considero muito presente nas mídias digitais, acredito que comunico pouco do que eu faço, ou tenho feito nas redes. Deixo pouco transparente o vai e vem das minhas ações.

A que se resume transparência? Deixar visível para o outro, ou dar visibilidade primeiro a mim mesmo?

Me critico nesse instante por não ter trabalhado arduamente na transparência de mim mesmo para mim mesmo. Documentando ou registrando as evoluções pessoais internas destes últimos 7 meses. Paro e me questiono se todos os textos escritos até aqui não refletem isso?

Me propus no final de novembro do ano passado a dar um tempo, a reorganizar novamente meus pensamentos, e buscar mias coerência para o que faço. Confesso que essa busca não é fácil, envolve enfrentamento de erros, dores e muitos hábitos não favoráveis a mim e aos círculos onde participo.

Nessa busca foram surgindo oportunidades de mostrar o que penso, de validar alguns paradigmas, de testar e invalidar outros. Fui exposto a trabalhar uma série de crenças que me limitam e que tornam turvo a forma com que me apresento no mundo. Para muitos fica complexo dizer o que faço, como faço. Para mim mesmo se torna pesada esta busca insistente da colaboração.

Comecei o texto pensando em falar mais do que faço, transparecendo os feitos, mas aos poucos fui me dando conta que os bastidores ocorrem internamente em meus pensamentos. Observo em estado de presença, escolho e tomo uma atitude ou não, e vou dando um passo atras do outro, com base em tentativa e erro sem muito planejamento, sem muita documentação ou registro.

Nesse refletir sobre transparência, percebo que venho vivendo sem planejar, tolerando um risco que me enlouquece, que me amedronta. O velho e bom risco de não pagar as contas e não ser suficiente aos que dependem de mim. Sim é um risco comum a todos. Aceitá-lo sem planejar, tem me feito pensar mais e mais na concretização deste risco. Venho comunicando que em agosto os fundos acabam, a brincadeira termina, o jogo de se trabalhar a si mesmo tem fim, e novas escolhas vão se apresentar.

Para alguns transparece insano, para mim internamente, emergem perguntas de quantas oportunidades desperdicei para evoluir observando outras. Nesse tempo tenho refletido de todas estabilidades que abri mão, dos empregos que decidi sair, das oportunidades que interrompi, das relações não saudáveis que afastei de mim.

Me vem em mente a metáfora do iceberg, que o que fica visível é só uma parte ínfima de tudo que ocorre, de que talvez meus textos até aqui (que julgo como forma de transparência), ainda sejam apenas uma pequena parte de tudo que orbita na minha cabeça, de todas possibilidades que enxergo e de tudo que venho testando e validando das minhas crenças.

Paro por um instante para não me perder.

Escrever, conversar com mais e mais pessoas, participar de rodas de conversa, diálogos e mais diálogos sobre o humano, sobre filosofia, sobre comportamentos, sobre inconsciências da sociedade tem me tornado alguém melhor, evoluído se comparado a mim mesmo. Me sinto mais tolerante, sereno, calmo, conciso. Talvez isso não fique visível a todos, mas precisava ficar mais visível a mim, e neste momento dou transparência aos bastidores do que faço a mim mesmo.

Não sei o quanto isso pode parecer maluco, ou incomum. Me vem em mente a palavra anormal, que pode ser mais facilmente entendida como algo que sai da normal da sociedade. Me sinto realmente mais isolado, diferente, trilhando um caminho arriscado ao extremo para ir mais fundo em mim mesmo, colocando em risco todo patrimônio que me resta.

O que acontece quando chegamos no limite do risco financeiro?



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