Ocupando o espaço, complexando minha fala, agindo o tempo todo, sem dar espaço pra receber.
Indelicadamente me percebo nesse lugar de fazer e fazer, sem dar tempo e espaço pro emergir do outro. Me projeto assim, pode ser visto por algumas perspectivas como bom, por outras como ruim. Pode ser incoerente como o humano, mas de alguma forma é isto que projeto.
Me projeto firme, duro, potente, forte o tempo todo em todo o tempo. Isso não me permite receber, não deixa espaço pra eu experienciar o cuidar, cuido do lugar do fazer, não me mostrando frágil, não me permitindo me fragilizar.
Penso erradamente que me vulnerabilizo, engano meu, mostro as verdades, sou transparente, mas não vulnerável, já escrevi que frágil é diferente de vulnerável, mas existe um limiar entre os dois, que preciso acessar. Sim como humano passo por fragilidades, quando as acesso, acesso por uma perspectiva de vitima, responsabilizando o lado de fora e não assumindo minha responsabilidade de mim mesmo.
Neste sábado percebi o quanto é necessário que eu aprenda a me fragilizar, mostrar minhas fraquezas, para me deixar ser ajudado quando preciso. Pode soar intencional ou exploratório, mas não, é ser mais eu mesmo, mas natural, mais conectado com o que sinto, mais coragem e menos medo. Mostrar-se frágil requer prática, uma fragilidade oprimida pode resultar em reações não positivas, me percebo assim. Alguém sofre o pato, e desconto no outro.
No vulnerabilizar e se mostrar no momento presente, algo mágico acontece, outros se conectam pela mesma dor ou força, recursos emergem, o difícil fica simples, o complexo se dilui, e simplesmente nos mostramos humanos para o nosso mundo.
Sobre como eu me projeto no mundo, como um aprendiz teimoso que erra bastante tentando acertar, mas que a partir de hoje escolhe observar e cuidar, do mesmo ponto de erro, no processo de continuar aprendendo a delicadeza e transparência de se permitir fragilizar.
O que acontece que me boicoto nas horas onde mais preciso me permitir?
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