“Deixa a vida me levar, vida leva eu.”
Quem já não cantou radiante esse refrão? Soltar, se permitir, relaxar, deixar acontecer. Sempre vibrei com essa letra até me debater com a pergunta. Tem uma parte de mim que quer trazer leveza e deixar que eu va conduzindo conforme as coisas vão rolando, deixando a vida me levar, sem preocupação, sem desgaste, sem trauma e sem uma série de artifícios que surgem do contato social.
Ahh, então é só deixar levar? Não.
Pelo menos não para mim. Quando deixo me levar, acabo embarcando em conversas que não vão gerar ação, as chamo de “papos de buteco”, se fala muito e no outro dia nada foi feito. Talvez no máximo despertamos consciência em nós e no outro, mas não passa disso.
Tenho caído em várias armadilhas no WhatsApp, a das redes sociais aprendi a evitar, mas no aplicativo de mensagem, por conhecer as pessoas, confronto, debato, coloco minha opinião e começo a ficar pesado nos textos e nas respostas em instantes. Confesso que chega um ponto em que a raiva surge em mim e paro. Pronto deixei me levar mais uma vez pelo papo de boteco, e talvez a raiva que quero despejar no outro primeiro se preenche em mim.
Deixei me levar outra vez.
Começo a operar no modelo padrão então, não é comigo, não emito opinião, fico no meu mundinho, me resguardo, cuido de mim e do que é meu (sim das minhas coisas, mais adiante falo sobre). E neste modelo também acabo me deixando levar pelo comodismo, pela não importância, pela paralise e pela não ação.
É difícil, falo sinto raiva, fico parado sinto raiva, o que fazer?
Não é sobre o “Como não…?” é sobre como SIM, é sobre fazer. Ok mas pra fazer é necessária preocupação, preparo, entendimento, foco e planejamento. Será? Fazemos por que escolhemos ou baseados no que os outros vão pensar. Se medimos todos os riscos de algo realmente fazemos ou ficamos mais paralisados?
Deixar a vida me levar é uma coisa, deixar me levar pelos outros é outra.
Quando falo da vida ela está em mim, dentro de mim, na minha história, experiência e perspectiva. Posso deixar esse guia conduzir, talvez a palavra que represente seja INTUIÇÃO. Ela mesmo, deixar a preocupação e passar a acreditar fazendo se permitindo errar querendo acertar.
Já o deixar se levar pelo outro, não tem nada meu, não tem nada da minha opinião (talvez um pouquinho), não é meu, não partiu de mim, se vou assim as cegas pelo outro, o caminho pode ser desastroso, é como deixar-se conduzir por alguém que pode não saber dançar.
Fico com a primeira, mas sem deixar de perceber os que me cercam, se vou entrar junto em algo que iniciou com outro, converso o suficiente para que se inicie um novo ponto em mim, com um novo inicio partir da minha perspectiva.
Então sim, volto a cantar o refrão com maior clareza, com um pouquinho mais de sabedoria, de que na verdade, o que importa é escolher e fazer, que o fluxo é mais importante que ficar analisando preso ao que os outros pensam ou fazem.
Como não omitir opinião?
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