Desperdiçando tempo talvez…
Tenho estado extremamente pessimista, achando que nada vai dar certo, de que não adiantam alguns movimentos e que é tempo de se recolher, tempo de não tentar. É um olhar com base no que já aconteceu, prevendo perspectivas a partir do que já experimentei, de alguma forma isso me traz a uma prisão, me revolta e me consome um tempo absurdo de não tentar. Já que no pessimismo minha crença é de que não vai dar certo, é melhor nem se mover e deixar que não dê certo mesmo.
Tenho refletido sobre o estar pessimista. Vivo e acredito que vivemos em um momento no universo Brasil em que as barbaridades vem a tona a todo instante, e fica difícil forçar, fazer, é como se uma guerra generalizada estivesse prestes a acontecer, em que não se pode fazer nada. Ao mesmo tempo, existem tantos problemas em quantidade absurda, que é impensável não olhar para todas essas possibilidades de resoluções pelo ótica problema solução. Existe ainda um olhar digno de rebeldia em questionar todos os recursos físicos, pessoas, equipamentos e uma diversidade de aparatos que não estão sendo utilizados neste momento.
De algum lugar na minha mente, preso aos sequentes tropeços, continuo pessimista. Mesmo me dando por conta neste instante que esse pessimismo não me leva a nada, a lugar nenhum, e como falei no inicio me mantem imóvel, preso sem movimento e consequentemente sem tempo, ainda assim sinto dores que me fazem não acreditar.
Sobre a participação do pessimismo no tempo, ele me envolve em conversas sem fim, onde ficam vais e vens de justificativas, culpas e olhares para o que podia ter sido feito. Consome tempo em me movimentar a tomar caminhos mais duros, por não acreditar nos mais leves. Me força a retomar alguns conceitos antigos que já não faziam mais sentido, por digna e pura sobrevivência. Sobre o tempo, ele é mais curto quando estamos pessimista, infinitamente mais curto, pelo menos pra mim.
Discordo da opinião de mentirmos pra nos mesmos com relação a realidade pra deixarmos o pessimismo de lado. A realidade está ai, posta e evidente. Só que nela existe outra perspectiva em menor escala, que pode ser utilizada como combustível para o otimismo, movimentos em condomínios, no bairro, conversas diretas que podem aproximar e tornar possível novos movimentos baseados em otimismo.
Parece um vai e vem, nessa dança sobre acreditar, mas confesso, se não nos mantermos acreditando, qual a graça ou a diversão de estar aqui. O que nos leva a ir num estado de futebol é por que acreditamos, o que nos força a estudar é por que acreditamos, e vou indo a todos os movimentos que nos fazem levantar pela manhã é por que acreditamos em algo que nos move, e nessa crença não pode haver pessimismo.
Como participar o otimismo da frequência diária de nós mesmos?
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