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Como te relacionas com teus vizinhos?

Foto do escritor: Rafael UrquhartRafael Urquhart

Pouco, só os vejo no elevador e raramente conversamos.

Não da tempo, o prédio não tem espaço para interação, quase não nos vemos.

Começo com a realidade e depois com as desculpas. Não da tempo pra se relacionar com quem mora perto de mim. Quando nos juntamos é em reuniões pra falar de problemas, votar e decidir.

Não sei se essa realidade é só minha, mas sim de muitos.

Morava em uma casa e não conhecia os vizinhos, moro num apartamento com poucas unidades e continuo não conhecendo ou encontrando com eles. Talvez eu seja pouco sociável, ou talvez a minha memória de vida no interior não se encaixe aos dias atuais em que ninguém tem tempo.

Olho pra pergunta e vejo que não me relaciono, são estranhos ainda, e não tem desculpas suficientes, ao perceber e olhar, sempre tenho a liberdade de dar poucos passos e me aproximar, conversar e me relacionar.

Parece que escolhemos com quem nos relacionamos e dedicamos tempo. Normalmente colegas de trabalho, amigos com algo em comum, nos aproximamos dos comuns, e as vezes parece que morar no mesmo prédio não é comum.

Não sei se é por que mudei muito, por que paro pouco nos lugares por onde passo, e aos poucos fui perdendo as raízes. Mas sim, a pergunta me deixou desconfortável pelas escolhas que tenho feito com relação aos vizinhos. Reflito mais um pouco e percebo que isso não é só com os vizinhos. Que invisto tempo na atenção pelo celular, mas pouco tempo na relação frente a frente com muitos.

A pergunta não falava sobre vizinhos de casa, de prédio. Acabo de perceber que pode ser vizinho de sala de trabalho, vizinho do lugar que trabalha, vizinho de todas as formas com relação aqueles que habitam perto de ti e de mim. Como estamos verdadeiramente nos relacionando com os demais, com os que nos cercam. A vontade é se relacionar com todos, mas com que tempo e com que qualidade de tempo?

Me apego ao como, a forma, ao modelo idealizado na minha cabeça. Penso eu TINHA QUE, convidar pra almoçar, oferecer um pedaço de bolo, fazer uma confraternização. Mas ia parecer estranho, ninguém mais faz isso, continuo no “tinha que” a respeito do que não fiz, e olho que foi mais fácil assim, converso quando dá, quando nos vemos, e se o universo quiser nos aproximar isso acontecerá.

Fica mais leve sim, fica mais fácil sim, talvez não mais simples, pq a rede de apoio próxima aonde moro ainda é escassa.

Qual a importância de um sistema de apoio?

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