É difícil estar consciente do ser o tempo todo.
É difícil não ser quem se é em determinados momentos onde deveríamos ser de outra forma.
Duas afirmações de dificuldade. Perceba que na primeira existe uma cobrança interna de controle, um autocontrole sobre estar sendo. Bobo, afinal se é simples ser, por que controlar isso. Na segunda afirmação é uma dificuldade de segurar a voz interna quando em um ambiente ou contexto que pede um comportamento específico.
Olhando assim parece complicado ser, e aprender a ser. É duro observar-se quando o contexto te leva pra longe da tua essência e em paralelo a tua culpa interna te cobra ao extremo para te trazer para o teu centro novamente. É um eterno movimento e eterna luta para simplesmente ser.
Falo sobre a dificuldade, para entrar em uma ainda maior relativa a propriedade e consumo.
Está enraizado o consumir. Parece que já vem de fábrica. Somo a isso o desejo que emerge do conforto, da sensação do ter. É simples e fácil falar que temos que sair da lógica do ter para o ser, mas nossa cabeça nos prega peças terríveis quando nos colocamos barreiras que para ser tem que ter. De verdade será que essa dependência de consumo, alivio e feedback de que se esta conquistando algo são positivos para apoiar o nosso ser?
Será que existe positividade nesse feddback por consumo e propriedade?
Qual a sensação de comprar uma casa? De adquirir um carro? De reformar o jardim? De planejar, investir num design confortável para a própria casa? São situações ligadas ao ter para ser.
Como desapegar do da idéia de conforto e conquista?
Fico mergulhando em mais e mais perguntas, mas não me permito fugir do “Como Transitar?”, interessante essa junção, é quase como um “Como se mover?”. Viver é movimento, é frequência, é acelerar e reduzir, esquentar e esfriar. Talvez possa parecer impossível somente ser, sem ter. Os monges talvez tenham a máxima do ser sem ter. Mas parece simples observar que todo extremo bloqueia mais do que liberta.
Nesse contexto, como dar equilíbrio do ser com o ter, partindo da não eliminação na direção da integração dos dois. Afinal a sociedade e nosso inconsciente nos cobra conforto e segurança, que são abastecidos pelo ter, e é nessa tranquilidade de não medo e risco que nosso ser aflora, mas também é no desconforto do risco que nosso aprendizado emerge.
É preciso do risco para descobrir e do conforto para praticar.
Como dançar entre o risco e o conforto?
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