Pedir… talvez o primeiro verbo que aprendemos sem saber dize-lo.
Desde pequenos ainda dependentes aprendemos a pedir, seja chorando, seja sorrindo, com alguns gestos, através do contato humano pedimos, pedimos por que necessitamos.
Pedir desculpas, as vezes passa como um ato tão bobo, quase não percebido e habitual que faz com que muitas vezes não sejamos capazes de atender tal pedido feito por outros, simplesmente negamos ou não respondemos. Penso alguns segundos sobre o tamanho da necessidade de alguém que pede desculpas, além da necessidade de perdão, existe nesse ato breve um salto de coragem, já que nos colocamos vulneráveis a perceber que erramos, que somos humanos, e que precisamos de um perdão autentico para seguir.
Já recebi pedidos de desculpas sem profundidade, já pedi desculpas só por conveniência, afinal a incoerência me visita com frequência. E mesmo nestas situações vazias e distantes em algum momento existiu alguma reflexão sobre perdão. Mesmo na insensibilidade de um aceite não verdadeiro de desculpas, existe sempre a reflexão do que ocorre no meio dessa relação.
Foco minha visão no olhar do outro, da relação entre nós, e me questiono o funcionamento das desculpas que peço a mim mesmo, dos perdões que coloco sobre minhas culpas, da posição quase que autoral de permitir me perdoar primeiro, antes de pedir o perdão alheio.
É complexo, agora mesmo estou me perdoando por ter ficado pela primeira vez 4 dias consecutivos sem escrever, priorizei outros momentos, não estava disposto nem criativo, e nestas desculpas quebrei um hábito, posso escolher ficar me culpando mais alguns dias, ou me perdoar, a partir do meu auto pedido de desculpas, me desculpo e sei que julgamentos internos já surgiram, assim como julgamentos externos podem vir, e está tudo bem. Tudo no fluxo, talvez compense com mais textos por dia, talvez não. Mas hoje me sinto leve aceitando minhas desculpas, e pedindo desculpas para aqueles que me leem com alguma frequência.
Minha visão sobre desculpas, é muito sobre aceitar nossa humanidade, nossas imperfeições enquanto humanos, mantendo o foco em amarnos, em viver em amor, não é fácil, já demorei tempos para perdoar alguns, senti raiva, senti tristeza e com todos pesares o que mais senti foi o afastamento, de não ter aquela conversa genuína sobre aceitar o outro e nos desculparmos mutuamente, já que o sentimento e resultado de um bom pedido de desculpas é sempre nas duas direções, beneficiando ambos os lados num ganha x ganha verdadeiro.
Como lidar com a morte e risco de outros?
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