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Foto do escritorRafael Urquhart

E se o que parece simples se torna complexo? (4/set)

Hoje tirei o dia pra alguns serviços mais mecânicos, mas ainda assim planejei e idealizei como seria sem me dar conta. Ia montar e desmontar algumas mesas na Simplify, não sabia bem como ia ser feito, mas tinha em mente como ia ficar.

No primeiro movimento uma surpresa, rasgou a calça de modo bem divertido, limitando um pouco meus movimentos, já limitados pelo meu descuidado físico. Desmontar a mesa e remonta-la parecia simples e poderia fazer sozinho. Alguém ofereceu ajuda, e como sempre, respondi que estava tranquilo, que conseguia sozinho.

Em meio a montagem vi que em 2 momentos ia precisar de apoio, não hesitei em acessar a pessoa que ofertou ajuda, mas confesso que me perguntei o por que de não ter aceitado antes.

Na parte da tarde foi que a coisa ficou complexa, ao tentar montar a mesa vi que faltavam peças que não tinha visto, além disso as mesas não eram do mesmo tipo, e tinha furações diferentes, o que me obrigou a desmontar outras 2 mesas, triplicando o serviço inicial, e mais uma vez sozinho, fui fazendo tentativa após tentativa, até encaixar e encontrar as mesas que combinavam.

Não estava preparado pra tantas mudanças, e a calça rasgou de vez, o tempo previsto dobrou, mas no fundo o que importava era a intenção inicial de como queria que ficasse o espaço ao final. Mesmo pensando no como, fui montar sem saber como montar, e sem nunca ter montado. As ferramentas foram adaptadas, por que as melhores ferramentas eu não tinha. Ainda assim não deixou de ser feito, e trouxe aprendizados, sobre a intenção individual, e o movimento coletivo.

Tudo que fazemos sozinhos toma sua complexidade, se eu tivesse convidado algumas pessoas para montar as mesas, teria ficado mais simples, mas pelo foco na intenção preferi fazer sozinho. Quando estamos sozinhos nos pressionamos mais, já que iniciamos e precisamos acabar, não podemos deixar pela metade, pelo menos eu me sinto péssimo quando inicio algo e não acabo, ainda mais algo mecânico.

É teimosia misturado com aprendizado. Deu certo o movimento, foi concluído, o que parecia levar 2h levou 5. O que era montar uma mesa virou varias desmontadas e varias montadas, a habilidade com as ferramentas, e um novo jeito de montar emergiu com as peças faltantes. Tudo isso pra dizer, que mesmo quando o simples vira complexo, ainda existe simplicidade na complexidade.

Como compartilhar a partir do que estou vivendo?

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