A metáfora da semente me encanta pelo universo de possibilidades que ela pode atingir. Tenho uma gratidão gigantesca por ter experimentado um processo junto com o Freddy Cuzco em que num grupo recebíamos de olhos vendados um objeto nas nossas mãos, UMA SEMENTE, cada um no grupo recebia uma semente diferente, vinda de distantes lugares e histórias, a partir delas passávamos a refletir individualmente o significado, a importância, as semelhanças, os contextos e todas as nuâncias possíveis ao observar uma simples semente em nossas mãos.
Quando olho para as sementes que espalhamos por ai, fico com a imagem da polinização das flores, é como se o fim de ciclos fosse continuado através da ajuda de outros que transportando a semente a levam a outros contextos e outras possibilidades.
Como assim?
Imagine que cada história vivida por nós deixa lembranças e aprendizados naqueles que nos acompanharam. Posso tratar esses aprendizados como sementes que no futuro podem servir para outras situações e outros contextos se cuidadas e frutificadas.
Venho aprendendo aos poucos a experiencia de ter publicado um livro, saindo do contexto de julgamento de um bom ou mal livro, é possível que algumas sementes distribuídas entre as histórias possam ser utilizadas por outros, levadas a outros campos e frutificar. O livro talvez seja uma materialização, um envelopamento, uma caixinha que carrega de forma mais cuidadosa estas sementes, mas para além do livro quantas outras sementes espalhei no meu caminho que não pude cuidar?
Tenho acompanhado a documentação e o processo de produção de conteúdo de um grande amigo e mentor, o Daniel Wildt, não é a primeira vez que me inspiro em um texto através dos seus aprendizados. O simples fato de gravar o fazer, inspira a fazer mais. É como se ao fazer o Daniel cuide das sementes geradas em quantidade e as deixe cuidadosamente documentadas, disponíveis para que outros possam acessar, detalhando o como acessar, utilizar, plantar, regar, germinar e fazer brotar algo desta semente, no contexto que for.
Posso fazer então a analogia de que uma semente é um recurso, talvez um recurso oculto e despretensioso se não cuidarmos dela, ou então transformada em ouro em pó, algo muito valioso no futuro em outro contexto e outra situação, simplificando o caminho dos próximos que passarão por onde estas sementes foram espalhadas.
Para quê um impulso?
Comments