…é só o que acontece.
Tenho observado meus pensamentos com mais frequência. Tentado inutilmente freia-los ou ainda resistir ao pensamento sobre o pensamento. É natural que eu me preocupe com o futuro e me julgue pelo passado. Fácil de perceber e sentir, mas talvez pouco prático para ajudar no agora.
O que acontece é só o que acontece. Gratidão ao Daniel Wildt por me apresentar esse conceito.
Não é sobre minimizar o que acontece, muito pelo contrário, é sobre maximizar o que acontece sobre o pensamento baseado no que está ocorrendo. Tudo ao mesmo tempo. Escrevo agora e em algum nível de pensamento vem a reflexão se as últimas linhas são entendíeis ou não. Ao mesmo tempo a escrita revela um pensamento transcrito agora, neste exato segundo em que escrevo ou que alguém me lê.
Poderia completar a frase, me perguntando, “O que acontece durante a minha escrita?”, isso sobrepõe o conceito anterior e carrega a observação de maior contexto. Ainda assim eu poderia minimizar o momento somente como escrita, como materialização do que passa agora em minha cabeça, ou ainda, a reflexão textual de forma organizada de algo que decidi contar ou explicar agora.
Ainda no contexto da escrita, estou apenas refletindo sobre uma pergunta feita há, talvez, 3 semanas atras, a mim mesmo, sem objetivo específico algum, apenas o objetivo de observar o poder da própria pergunta, minimalista em si, mas ampla em possibilidades.
Não, o texto não está confuso, talvez o momento de quem lê, e quem lê, não seja o mesmo momento deste que escreve, o contexto é diferente, a hora, o dia também. Por isso reconheço que somente quem vive o momento pode valoriza-lo, viver o agora requer paz, alegria, sabedoria de discernir que o importante é o agora, e que a forma ou o jeito que o “durante acontece” é único, improvável e merece da máxima atenção para ficar na recordação ou no esquecimento.
Afinal, durante muito tempo, o que foi registrado sobre o durante não conta o todo e sim fragmentos com infinitas possibilidades de interpretação, contexto e objetivo da narrativa. Assim esta tentativa vaga de resposta ao descrever a unicidade do agora se assemelha a muitas histórias sem exato contexto do que se queria contar se não somente descrever o durante, ou simplesmente o AGORA.
Para quê a importância no contar de uma história?
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