Rafael Urquhart
O que acontece quando percebe instantaneamente que errou?
Existe um tempo, um espaço tempo que vem depois da ação, alguns chamam ele de arrependimento, outros de uma oportunidade de expressar sua vulnerabilidade humana.
Todos erramos, o tempo todo, todo o tempo. Errar vem da imperfeição humana, o erro é combustível primordial para a aprendizagem, lógico, muito mais eficiente aprender através dos erros dos outros, ou da troca sobre a experiencia dos que te cercam pra economizarmos erros. Mas mesmo sobre esta perspectiva, ainda assim existo o erro, em algum grau que tornou possível a aprendizagem sobre ele.
Posso interpretar ainda um erro como um conflito, uma perspectiva sobre certo e errado, ou ainda um erro baseado numa expectativa não atendida, mas talvez no menor grau, esse erro é um conflito entre o que eu fiz, e o que o outro esperava que eu tivesse feito.
Trago essa perspectiva de erro, para perceber que no instante do erro, do conflito existe a possibilidade de emergir o novo, seja na forma de aprendizado, seja na forma de um novo caminho, uma nova possibilidade ainda desconhecida por quem vivencia o erro.
Navego nesse olhar de me permitir continuar errando e ser vulnerável. Quando Brene Brown discorre sobre Vulnerabilidade, e a percebe sensivelmente como fundamental, ela fala um pouco de deixar visível esse erro, de permitir-se este estado vulnerável de ser humano, errar evoluir e se abrir aos demais demonstrando que sim somos aprendizes.
Essa vulnerabilidade aproxima, cria empatia, pois naturalmente todos nos humanos temos essa imperfeição em nós, e como toda comunicação se aproxima no espaço comum, o estar vulnerável nos permite estar próximos dos demais, permitindo que o outro sinta o que sentimos quando erramos.
As vezes a percepção do erro tarda um tempo, chega de alguma forma meses ou anos depois. Mas quando ela é instantânea, temos a opção, de por um lado nos escondermos e não nos fragilizamos, guardando a culpa OU abrir-nos, vulnerabilizar-nos, deixarmos que os outros percebam o quão imperfeitos somos.
É facil? Não, mas escolho brindar nessa imperfeição comum, e seguir os passos da aprendizagem continua de estar onde estamos, no aqui e agora.
Como vejo a arte de pedir desculpas?