Penso em peso, culpa, divida e não escolha. Mesmo quando tenho que fazer algo, ainda assim acredito que me resta a escolha de como e quando fazer, ou de não fazer.
Passei muito tempo fazendo listas de pendências, listas de “tenho quê”, estas listas as vezes tomavam mais de duas paginas em uma agenda, e quase sempre me paralisavam, como seu eu olhasse e não soubesse por onde começar.
E o incrível é que quando pensamos no tenho que, ele nos persegue. Lembro que quando fui pra Espanha em 2016 estudar, ao chegar no novo dormitório na nova universidade. Começando tudo do zero, era de se esperar que os tenho que tivessem ficado para traz. Não é que eles me perseguiram, viraram uma lista na janela, de projetos inacabados, assuntos a ir mais fundo. Incrivelmente passei 7 meses lá e 70% ou mais da lista voltou comigo ainda no tenho que.
Só resolvi esse monstrinho este ano, quando resolvi quebrar as listas antigas em listas de quero fazer e outras com talvez um dia eu faça. Assim encerrei projetos em aberto, liquidei dividas comigo mesmo e passei a escolher, EU ESCOLHO… e assim resolvo o que fazer.
Certo que ainda tenho listas, elas me ajudam a deixar a cabeça livre para pensar e não guardar coisas. Mas assumo que passei a viver mais leve, com mais escolhas, menos dividas internas, mais autonomia, liberdade e presença fazendo o que eu quero. Calma, não faço só o que eu quero, mas meu olhar é que escolho fazer coisas que não gosto para criar espaço para fazer as coisas que gosto.
Assim, quando digo tenho que penso em prisão, medo e culpa, deixando de estar no presente me amarrando no passado.
Como é assumir compromissos comigo mesmo?
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