Roupas apertadas.
É incrível como volta e meia elas apertam, escolher se manter gordinho tem desses percaustos, enfrentar os desconfortos. Quando olhei para a pergunta pensei em diversas coisas que poderiam me desconfortar, ou seja, que não me são confortáveis, pensei na mais simples, trivial por que seja mais simples sua percepção.
Algo apertado é ruim para se caminhar, se mexer, respirar ou fazer os menores movimentos possíveis.
Com o tempo aprendi que o desconforto pode ser positivo, é tudo uma questão de perspectiva.
Quando algo deixa de ser confortável, ou algo novo extremamente desconfortável aparece, no mesmo instante se apresentam varias escolhas e caminhos possíveis, bons e não tão bons.
A mais fácil, escolher ficar reclamando do desconforto pra todos os lados, continuar se sentindo desconfortável fazendo a mesma coisa, esperando que em algum momento o desconforto acabe ou passe. As vezes é o fim do dia para trocar de roupa, ou até mesmo uma dinheiro a mais para passar numa loja e comprar roupas novas maiores.
O reclamar não resolve, ( e falo com a propriedade de alguém que reclama muito o tempo todo ) não alivia, não dissolve, não muda. Reclamar faz com que eu passe a responsabilidade da solução para outros, é como se eu dissesse que é culpa de alguém o desconforto que sinto agora.
Engraçado que em se tratando de roupas apertadas, se reclamo estarei muito provavelmente reclamando de mim mesmo, ou por comer de mais, ou por ser extremamente otimista de comprar roupas justas na intenção de me ver emagrecendo tão logo.
Existe é claro outros caminhos, e simplifico em dois, adaptar-se ao desconforto mudando a si mesmo para o cenário, ou agir no ambiente que te desconforta promovendo mudanças para te deixar confortável. Com relação as roupas, deita e exercícios, ou comprar roupas folgadas e confortáveis. Em ambas as possibilidades o caminho é de ação, de mudança, a diferença é quem um caminho o desconforto irá voltar, no outro talvez não.
O que me desconforta é minha incapacidade de agir em determinados desconfortos, é como se eu aceitasse a situação, reclamando um pouco dela, me vitimizando, para logo depois me adaptar a ela da forma mais fácil. Isso faz com que inúmeras vezes o desconforto se repita com uma sensação interna de déjà vu, afinal ja estive nessa posição antes, já sei o que acontece e persisto no caminho mais fácil ao invés do mais simples e resolutivo.
Ser mais leve comigo mesmo, abstrair o peso das minhas palavras e ações, ser mais presente, mais vivo, mais divertido, definitivamente incorporar a alegria e a leveza nas minhas relações se apresenta como uma solução simples frente a diversidade de desconfortos do caminho contrário.
Nascer sisudo, e crescer crítico e caçador de problemas afasta essa leveza natural que trazemos ao mundo quando crianças. Então que tal soltar mais, viver o presente, deixar os ciclos se encerrarem e focar nas relações do aqui e agora, escolhendo se adaptar sim a todo instante, mas permitindo que novas situações de desconforto se apresentem para promover aprendizado e não a repetição daquelas que insistimos em reviver todos os dias.
O que a velocidade revela em mim?
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