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Para que aprender? (18/ago)

Foto do escritor: Rafael UrquhartRafael Urquhart

Para…

Fiquei em um vazio, e não por acaso.

O vazio logo se preenche com um para sobreviver, para compartilhar, para colaborar, para viver, para ser feliz.

Explico o vazio inicial e o que me veio em mente. Me parece que quando estamos com um objetivo claro, uma prova, uma promoção, um projeto, um contexto em que o que estamos focados em aprender nos trará alguma recompensa, esse “para que” vem em um estalo. E talvez este seja o “Para quê” mais fácil de conectar ligado a aprendizagem, seria talvez uma “estudagem”, um aprendizado através do estudo.

Porém quando estamos interagindo, vivendo, lendo algo ao acaso ou simplesmente viajando, algo esta acontecendo, estamos aprendendo sem perceber, e muitas vezes nem cogitamos estar aprendendo.

Existem ainda as crises, as dificuldades, as provações, os desafios que recebemos aleatoriamente do universo, que nos forçam a adquirir habilidades especificas, que não aprenderíamos em outras situações.

O vazio no inicio veio justamente para observar qual aprendizagem esta no meu entorno neste momento. A por obrigação ou premio, a por divertimento ou a por desafio ou provação. Quais as oportunidades de aprender que estou tendo agora, e qual a direção que coloco elas a serviço. Tenho me questionado do foco, da recompensa, do alvo, do aonde quero chegar, para então escolher a melhor perspectiva do caminho e aprender com isso.

Posso aprender a cozinhar e não colocar isso a serviço do outro ou de mim, posso aprender a dar nós, e nunca mais amarrar uma corda, e assim vão se somando aprendizados que talvez não estejamos mais utilizando, ou misturando.

Para ter um repertório divertido pra compartilhar, talvez seria uma resposta linda pra essa pergunta que me ocorre.

A cada instante, a cada segundo, a cada passo, a cada interação existe uma oportunidade diferente de aprendizado, acredito que podemos escolher aprender, ou passar sem perceber pela situação. Claro que estar atento a tudo e aprendendo tudo é maluquice, mas estar presente no que se quer observar, e no para que se quer observar, pode nos tornar aprendizes mais dispostos nesta arte de viver.

Estar atento as relações que uma criança traz, pode nos trazer outros aprendizados.

Ontem fiz uma pergunta a filha de 4 anos de um amigo, “Quando tu comes chocolate o que tu lembras?”E ela respondeu “Uma uva claro”.

Fiquei pensativo, sobre as cores talvez, do chocolate e da uva, mas resolvi fazer mais uma pergunta. E quando comes uva, o que lembras? E ela das bolinhas do sucrilos de chocolate.

Fez todo sentido, afinal dela come as bolinhas de chocolate da mesma forma que a uva, com dois dedos, e deve ter sido uma experiencia e tanto de independência poder pintar essas bolinhas deliciosas.

Eu aprendi, ela aprendeu, e estávamos ali conectados pela experiencia de um sorvete de chocolate que não era redondo. Não tinha um para que explicito, ou um alvo, ou uma direção. Mas tenho certeza que essa conexão minha com ela, de que uva lembra chocolate jamais será esquecida por mim e por ela.

Fica pra mim, refletindo mais uma vez, é que no fundo no fundo, aprendemos para podermos nos relacionar melhor com os outros, seja para trabalharmos em conjunto, para propor uma nova solução, para conectar, para rir, para se divertir. Vejo que só utilizamos o que aprendemos em conjunto ou a favor de outros, tanto os bons quanto os maus aprendizados.

Quando percebo um aprendizado bom ou ruim?


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