Para nos autoresponsabilizarmos pelo próprio cuidado.
Por muito tempo me achei onipotente, que posso tudo, se alguém me dissesse que não dava eu encontrava um jeito. Em grande parte ou na maior parte delas o fazia sozinho, aprendia daqui e dali, virava noite, ia até o limite físico para atingir os objetivos. Para quê?
Essa onipotência, entregou muitos resultados, mas também cobrou altos preços físicos, emocionais e relacionais. A falta de cuidado consigo mesmo uma hora cobra o seu preço a ponto de nos mostrar nossa verdadeira impotência de que não fomos feitos pra navegar sozinhos.
Sim, a escola, o mercado, as concorrências profissionais nos estimularam a chegar na frente e se destacar numa corrida onde só importava a chegada e muitas vezes o caminho não era percebido.
O estaleiro liberdade e aquele circulo de escuta e apoio me fizeram perceber que existiam outras perspectivas de mim mesmo não exploradas, que muito do que eu precisava já estava no meu entorno, só precisava pedir ou me abrir a receber.
A construção de redes de apoio leva tempo, pois elas não são intencionais, são fruto de relações maduras, de pessoas maduras, que cuidam de si e uns dos outros. Talvez nesse espirito de mutuo cuidado é que comunidades fortes são forjadas, indivíduos experimentam sua potência e de alguma forma sútil as coisas ficam todas mais simples.
É bem mais fácil falar e ser ouvido, do que ficar remoendo internamente pensamentos ansiosos ou dolorosos sobre algo. É mais simples, dizer que não se sabe, assumir a vulnerabilidade do aprendiz para receber apoio e ajuda no aprendizado. E mesmo que esse limiar chegue no seu limite físico, ainda assim é tempo de se permitir ser apoiado e corresponder a este apoio com maturidade.
Como dar um tempo?
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