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  • Foto do escritorRafael Urquhart

Por que não parar um avião inteiro pra cuidar de mim? Preciso temer a morte pra fazer isso?

Deixar para o último minuto…

Ainda tenho tempo…

A entrega é somente amanhã.

Assim aos poucos vamos brincando como donos do tempo. Bem é verdade que sempre é possível reacordar, ou reajustar os limites medidos no tempo. Desde a entrega de um projeto ao planejamento de algo importante para si próprio.

Adiar aquela viajem, replanejar para fazer algo no ano seguinte, ou até mesmo adiar a visita alguém para um novo momento em função das dificuldades que emergem.

Manipular o tempo, adiando uma e outra prioridade parece comum. Até que o tempo cobra o seu preço.

Parece que a morte é um tabu a ser falado, quando alguém pensa em extinguir a própria vida o assunto fica ainda mais assustador, muito embora essa seja uma possibilidade real a qualquer tempo desde que viemos a vida.

Se observarmos a natureza, a morte está visível do nosso lado, o tempo todo. Eu poderia mudar o nome da percepção de morte para fim do tempo de vida. Limite do tempo de vida ou só tempo final.

A morte é natural, um dia ela irá acontecer, só não sabemos quando. Talvez daqui 50 ou 60 anos seria a estimativa mais plausível, se me cuidar chegarei aos 90, ou quem sabe se seguirmos as estatísticas das gerações anteriores, minha geração pode chegar aos 120 anos.

Por que falo desse olhar mais simples sobre a morte?

Adio meu autocuidado o tempo todo, vivo no conforto de acessar o ócio e consumir alimentos ditos “não bons” pelo foco dito “saudável”. O não movimento, e o consumir acima do normal tem suas causas, como toda a escolha. São reflexos sobre saúde, sobre bem estar e também sobre morte.

Poderiam me chamar de suicida se eu continuar comendo e imóvel nos próximos 20 anos. Já se sabe que estes hábitos encurtam a vida por aqui. Talvez um infarte aos 50 ou uma diabetes aos 55. Talvez não chegue aos 80 ou aos 90. E ainda que o mundo inteiro me diga o que fazer, a escolha ainda será minha. Ou de quem vive esse paradoxo.

Sim é sobre energia, vitalidade e bem estar. Não questiono nem tenho pretenção de contestar isso. Mas ainda assim é uma escolha, posso ir levando, conduzindo, fazendo a rebeldia pelo “TEMPO QUE DER”, até chegar no limite, no limite de temer a morte e ai então mudar. Será?

A metáfora do cidadão do avião é perfeita para esse olhar. É bem possível que o Sr que mencionei no ultimo texto, já vinha se sentindo mal momentos antes, o súbito certamente já vinha se manifestando com sinais anteriores. Uma falta de ar, uma tontura, um cansaço extremo. São sinais, e estes vão aumentando, ficando maiores, até chegar num limite insuportável. Para minha sorte estava nos demais passageiros que tiveram um atraso em prol da sobrevida de alguém que passou mal.

A confusão entre o Por que não? E o paradoxo do limite do medo.

Posso continuar fazendo o mesmo? Sim. Terei assim os mesmos resultados atuais. Posso escolher fazer diferente? Também e ainda assim os resultados atuais foram parte das possibilidades, muito embora sejam possíveis outros resultados ainda não experimentados.

Adiar o autocuidado já foi estudado, já se sabe o resultado. Alguém já o fez. Antecipar o autocuidado para o agora também já foi testado, e também já se sabe o resultado. Em ambos temos os prós e os contras, e como tudo na vida uma escolha se revela. Posso ir até o avião parar e assim necessitar ser cuidado.

Fico com a duvida, se eu disse que a pessoa que parou o avião tinha 90 anos qual seria a reação? Será que a reação seria a mesma se a pessoa tivesse 40 anos? São duvidas de alguém que só muda uma perspectiva a idade, e o padrão. Hoje o padrão é os 90, já foi 50 a 100 anos atras.

Entre confusões, questionamentos, e diversas perspectivas, permaneço ainda adiando meu autocuidado colhendo os aprendizados duros que ele me traz. Mas claro sem deixar de perceber a escolha que se apresenta a todo instante de mudar esse caminho.

Qual a tua relação com o novo?

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