Sinto que somos treinados para negar ao invés de aceitar.
Parece que a negação chega antes, com um ar de surpresa. Se alguém nos diz algo custamos a acreditar, precisamos de mais argumentos, de mais contexto, de histórias que embasem aquilo que está sendo apresentado. Não da para acreditar em tudo diria o mais simples dos conselhos. Negamos para termos a certeza, talvez a proximidade da verdade.
O que é o obvio?
Segundo o dicionário:
Cujo teor é de fácil entendimento; que salta aos olhos; claro e evidente. Que não é suscetível de dúvidas; em que não há incerteza; evidente ou incontestável.
Em um mundo incerto o que continua obvio? Será que a obviedade é um estado de transição baseado em contexto?
Quem contesta o obvio? Obvio para quem?
Talvez o obvio seja tão utópico como a verdade absoluta. É um olhar de que tudo é parcialmente obvio ou parcialmente verdade, sempre é incerto conforme o contexto.
A reflexão é profunda mas tem me pego num lugar interno delicado. Algo dentro de mim da sinais de que mudanças precisam e vão acontecer, é como uma voz alimentando fatores e sinais da OBVIEDADE DE NECESSIDADE DE MAIS UMA MUDANÇA. Ao mesmo tempo dou tempo pra respiro, NEGO COM INSISTÊNCIA essa obviedade, buscando mais argumentos contrários, mais contexto, mais pontos que evitem essa mudança. É UMA BUSCA PARA SUSTENTAR A NEGAÇÃO POR UM TEMPO MAIOR.
Negar o obvio me coloca em conflito e argumentação. Desperta um contar de histórias e reflexões intermináveis, até que o obvio seja desfeito ou simplesmente ACEITO.
Negar a obviedade vibra na mesma condição de sustentar um conflito com o outro. O diálogo interno, novas perspectivas, buscas por perguntas e novas reflexões ampliam os horizontes, acalmam o coração permitindo que o novo emerja.
Como aceitar o conflito interno?
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