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  • Foto do escritorRafael Urquhart

Por quê o planejamento limita o campo de possibilidades?

Tenho vivido e percebido a importância da resiliência nos tempos atuais. Tudo muda o tempo todo. O mundo VUCA (volátil, incerto complexo e ambíguo) tem assustado muita gente, quebrado muitas organizações no Brasil, algumas bem grandes, que jamais acreditaria que podiam deixar de existir.

Os métodos ágeis estão se tornando cada vez mais aceitos nas organizações. O olhar coletivo e organizado para a ação que estamos vivendo agora, testando, validando e fazendo pequenas entregas concatenadas em frequência tem diminuído minha visão de necessidade de planejamento.

Passei muito tempo defendendo planejamentos mega detalhados, com cenários diversos.

Gastei muito tempo produzindo estes estudos relativos a obras.

O ultimo grande planejamento consumiu mais de 5000 paginas, em 2015, na obra de construção da Ferrovia Leste Oeste na Bahia.

Em 2012, em Alagoas na duplicação da BR 101, trabalhava com planejamento conectado a execução ou seja, era o mesmo individuo que planejava e executava a ação (obra). A frustração era uma rotina, nunca se atingia o planejado e algumas situações ou imprevisibilidades sempre exigiam correção de cenários.

A doideira era tanta que chegávamos a 3 cenários novos durante o mesmo mês.

Passou um tempo, e o olhar de inovação, os aprendizados de como viver nesse mundo caótico e transforma-lo em caórdico, confiando na colaboração humana, me fez despertar outras experiências.

Estou a 18 meses, trabalhando sem planejamento. Não diria totalmente sem, temos um norte uma direção (não detalhada). Não motivei isso, mas participei da decisão do não planejar.

No inicio me causou desconforto, mas de alguma forma concordo que funcionou melhor. A organização sempre gastou pouco em planejamento, e investiu mais na decisão rápida de se adaptar as mudanças.

Fomos evoluindo, se adaptando, mês a mês ao que se apresentava. Olho pra traz e tenho a certeza de que qualquer planejamento que tivesse sido feito, ou consumido recursos teria falhado, e ficado distante do que aconteceu.

O fato de não ter planejamento nos permitiu tomar outras direções, decidir de forma diferente, encontrar outras ferramentas, outras possibilidades. É um cenário ótimo? Não. Podia ser melhor? Talvez. Mas dentro de tudo que aconteceu creio que a adaptabilidade e ações coletivas foi o melhor caminho.

Experimentamos inconscientemente um caminho de mais possibilidades e ações no tempo presente. Não sei agora o que isso significa, pois não foi uma ação coordenada, baseada em métodos, ou traduzida em texto. Simplesmente dançamos conforme a música foi tocando.

Olhar positivamente para este cenário sem planejamento, me fez perceber que ao não planejar estamos com a mente aberta a receber o que não conhecemos. Que o planejar pode ser transformado em outra forma, menos rígidas e mais experimental, aberta ao campo de possibilidades.

Talvez perceber essas distâncias entre os extremos possa me permitir visualizar outras formas de planejar, mais próximas ao modelo ágil, mais flexíveis, mais simples e menos burocraticas.

Só sei que nada sei. Isso me permite navegar no presente, construindo o futuro na infinidade de possibilidades.

Que outras formas de planejamento posso utilizar no meu dia a dia?


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