A importância de estar presente no agora.
Fiquei pensando muito tempo, sobre quando improviso, como improviso, se a forma que faço o que faço tem pitadas de improviso ou não. Confesso que por muito, mas muito tempo mesmo, fui orientado a pensar antes, a planejar no detalhe, a ter os cenários desenhados e me preparar muito para estar pronto.
Com o tempo percebi que este “estar pronto” era sempre utópico, quando terminava algo parecia que ainda estava incompleto, um preparar mais e mais, sem saber exatamente o pronto para quê. Não vejo isso como bom ou ruim, afinal continuo me preparando. Confesso que isso ficou em mim, está no meu inconsciente e varias vezes me pego me preparando demais, complicando em demasia o que podia se tornar mais simples.
Quando olho para o improviso que habita em mim, fica impossível desassociar do repertório que existe em mim. Improviso é diferente de “Gambiarra”, improviso não sobre “apagar incêndio”. Improviso é sobre estar presente, atento as variações de contexto e aberto a descoberta do que emerge. É como se improvisar fosse uma habilidade de conectar ao que está disponível simplificando ao máximo as soluções.
Valorizar o improviso, ou importasse com ele, é também dar valor ao repertório existe. Improvisa mais não só aquele que tem mais repertório, mas também aquele que esta aberto o suficiente para perceber os demais, perceber outros recursos, olhar além e ao se comunicar de forma adequada consegue trazer soluções mais simples para as diversidades do que emerge.
A palavra improviso me conecta muito com o “Ser palhaço”, esse universo por traz do rizo e da graça, que permite que possamos criar histórias lúdicas, engraçadas, situações marcantes apenas pelo fato de estar aberto ao que acontece desamarrado das idealizações do que devia ter acontecido.
Como se preocupar menos?
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