Homem não pode demonstrar sua fragilidade, tem que se manter forte. Ninguém me disse isso, fui aprendendo ao longo do tempo com quedas e tropeços, fui me abastecendo de um orgulho estúpido que me mantem sempre forte e inabalável.
Remediei aprendendo a me conectar na vulnerabilidade, no me permitir, e já tinha escrito em algum momento da diferença de ser vulnerável e frágil. Só que eis que o universo me deu a oportunidade de me sentir fragilizado o suficiente pra precisar demonstrar, para me permitir demonstrar.
Neste dia 16 de abril resolvi ir pra casa, pro colo da minha mãe e do meu pai, viajei ao interior pra revisitar aromas de infância e me reconectar ao momento da vida que era frágil e sobrevivia pelo cuidado dos meus pais. Comecei a olhar para o Benjamin que hoje depende de nós eu e a SU, na sua fragilidade infantil natural humana, e me peguei questionando quais as vezes que me permiti ser cuidado, frágil. As memórias me foram curtas.
Nessa reflexão, passei algumas horas dirigindo em uma viajem de 7 horas me perguntando, por que estou frágil? Para quê estou frágil? Qual o sentido? O que posso aprender com isso?
Não me vieram respostas, continuava me sentindo debilitado fisicamente, ainda triste em um mergulho em mim mesmo, de tentar entender as questões que meu inconsciente ditou que não posso ser frágil.
Sigo com perguntas, e o que acontece quando parecemos frágil? Nos demonstramos assim quando? Quando estamos doentes? Como me sinto quando para no hospital dependendo de tudo e de todos? Frágil? Preciso chegar a esse ponto pra me deixar ajudar?
Perguntas que talvez nunca responda, mas minha escolha foi seguir aprendendo na paisagem. Desfrutando do que o universo me envia, se este é o momento de aprender a demonstrar e se manter na fragilidade de aprender e depender dos demais, que assim seja.
Não tem problema nenhum em se demonstrar frágil, somente aprendizado.
O que acontece quando o sono em um local específico te conecta a infância?