Rafael Urquhart
Qual o tempo para responder uma pergunta? (30/ago)
Escrevi a última pergunta no dia 29 de agosto, retomando a escrita praticamente 10 dias depois, não é a primeira vez que ocorre um hiato e quebro um acordo interno comigo de escrever todos os dias. Desta vez percebi que existem perguntas que precisam de tempo pra maturar, precisam de tempo para serem refletidas.
E precisei realmente de mais tempo para a pergunta sobre a minha profissão, comecei inúmeras vezes o texto e não estava pronto, eu não estava pronto para refletir, a pergunta me paralisou, me fez pensar muito, num vai e vem sobre o que esta pergunta estava buscando internamente em mim, o que viria a partir dela. Eu simplesmente fugiria desta pergunta? Era uma opção. Ou eu utilizaria dela para o meu melhor, para evoluir um passinho mais, para aprender algo novo.
Escolhi dar o tempo, escolhi aceitar o tempo necessário, independente de quando escreva, e sinto que ela esta aberta a outras reflexões no futuro.
A reflexão sobre tempo, me bateu forte pois a pergunta realmente mexeu comigo, não me foi fácil refletir, era maior que eu, maior do que eu sabia sobre mim. Escolhi deixar o universo me dar oportunidades pra viver a pergunta. O não abandonar a engenharia é uma dessas reflexões, integra-la a quem sou, sem me separar em dois virou objetivo. Ser o Rafa antes de ser engenheiro, e dessa forma dar tempo ao tempo me fez perceber que existem perguntas que realmente não podem ser respondidas no mesmo dia, de pronto ou a vista. Talvez algumas respostas precisam ser adiadas, ou parceladas em inúmeras vezes para fazerem sentido e para respeitar a pergunta, afinal a resposta é passageira, e a pergunta fica presente.
Posso acelerar a resposta a uma pergunta, e ao mesmo tempo estar agindo de forma vazia, fugindo do que a pergunta está provocando.
Tenho me perguntado quem sou? Cada dia uma resposta diferente, cada dia uma reflexão distinta, e sinto que vou ter 90 anos e vou estar me perguntando quem sou, é uma pergunta permanente, de reflexão continua e atemporal.
Então refletir sobre profissão, sobre destino, sobre missão também pode ser atemporal e ir se ajustando à medida que vou vivendo esta experiência.
E se todos viéssemos programados para uma percepção única e individual?